-
Depois de seis anos e muitas acusações pesadas, o Ira!, a banda mais paulistana do rock nacional, está de volta. O grupo definiu oficialmente o retorno nesta semana e vai se reunir em 200 apresentações durante dois anos. De acordo com a assessoria de Nasi, o Ira! vai se encontrar na semana que vem para definir detalhes da turnê Núcleo Base. O grupo estava afastado desde 2007, quando anunciou o fim em meio a muitas brigas.
As desavenças entre Nasi e Edgard Scandurra foram o principal motivo para o fim do Ira!. A confusão foi parar até na a Justiça. Em outubro do ano passado, Nasi e Scandurra se apresentaram juntos e voltaram às boas, dando esperanças aos fãs para a volta da banda.
A briga, porém, não foi a única confusão em que se meteu o vocalista Nasi. Relembre as maiores polêmicas do cantor
Reprodução/Facebook
-
A Ira de Nasi retrata a vida de Nasi, que saiu do grupo em 2007 após brigar com os companheiros de grupo (Edgard Scandurra, André Jung e Ricardo Gaspa) e com o seu irmão e empresário Airton Valadão Junior. Na época, ele agrediu o irmão, que tentou interditá-lo na Justiça. A confusão foi amplamente divulgada na imprensa
Reprodução/Arquivo Pessoal/A Ira de Nasi
-
O livro narra a trajetória do cantor, desde a infância e o início do Ira!, em sua adolescência, até a atual carreira-solo e a reconciliação com a família. Em suas 317 páginas, há muitas passagens sobre drogas, brigas, ameaças de morte e relacionamentos com famosas como Marisa Monte. Iniciado em 1988, o namoro com a cantora durou um ano e meio e terminou após o roqueiro confessar que a traía durante uma viagem a Nova York. “Me sentia mal com a situação (...). Contei no meio da Quinta Avenida. Coisa de cinema. Não me arrependo”, diz ele
Divulgação
-
Um dos pontos mais fortes da biografia relata o vício de Nasi em cocaína. Ele iniciou o relacionamento com a droga em 1983 e parou em poucos meses, após sofrer um grave acidente de carro. Voltou com força total em 1991, quando foi DJ da boate Massivo, em São Paulo. Sobre esta fase, ele diz: “A euforia inicial durou um ano. Aí você acaba desenvolvendo uma tolerância à droga. Precisa de uma dose maior. Vêm então a solidão, a depressão, a insônia e a incapacidade sexual (...). Você desce ao inferno. E o inferno não tem fim.”
Reprodução/Arquivo Pessoal/A Ira de Nasi
-
O livro, claro, também fala de música. Nasi conta os bastidores de todos os discos do Ira! e da cena do rock brasileiro nas últimas três décadas. Também fala dos primórdios de sua banda, nascida no meio do movimento punk. Entre outros fatos curiosos, ele revela ter sido um dos primeiros músicos brancos a apoiar o hip hop: foi o produtor do primeiro disco de rap brasileiro: Cultura de Rua, que tinha nomes como Thaíde e DJ Hum. “Eu enxerguei ali o novo punk. Na estética, na novidade, sabia que aquela música ia mudar tudo.”
Reprodução/Arquivo Pessoal/A Ira de Nasi
-
O roqueiro largou a cocaína após uma internação em 1997, causada pelo fim do namoro com uma dançarina, por quem ele era apaixonado, em decorrência do vício. “Ninguém mais acreditava que eu pudesse me recuperar. Meus amigos estavam desistindo de mim. Eu me internei. Sozinho”, afirma. De acordo com Nasi, a droga também foi o principal motivo do término de seu relacionamento com a atriz Marisa Orth, que durou só dois meses em 1991
Divulgação
-
Entre outras revelações, Nasi também fala sobre política. Ele diz que é amigo da deputada Manuela d’Ávila e já fez campanhas para o PT, mas não é de nenhum partido. “Eu era do PSS, Partido do Socialismo Sexual. ‘Ninguém é de ninguém’ (risos)”, diz. Sobre a sua fama de conquistador, reforçada após entrevista à revista Playboy, em 2009, na qual disse dormiu com mais de mil mulheres, ele confessa que exagerou. “Ainda assim, tive muitas amantes. Só não fiquei nunca com cantora de axé porque havia um limite para as drogas (risos).”
Reprodução/Arquivo Pessoal/A Ira de Nasi
-
Nasi não poupa quase ninguém em suas declarações ao livro. Há farpas para muita gente: de Nelson Motta, a quem acusa de boicotar o seu namoro com Marisa Monte, a jornalistas, gravadoras, rádios, outros músicos e, claro, seus ex-parceiros de banda. A crítica mais pesada foi para o baterista André Jung. “Esse cara pra mim é um morto-vivo”, afirma. “Eu fui o cara que o colocou no Ira! depois de ele ser demitido dos Titãs. Coloquei-o contra a vontade do Edgard e do Gaspa. E foi ele justamente o primeiro cara a me enfiar a faca nas costas”.
Divulgação
-
No livro, Nasi atribui ao fim do Ira! uma série de desentendimentos entre os intregrantes do Ira!, mais fortes após as ótimas vendas do disco Acústico MTV (2004), que obrigou a banda a fazer uma longa maratona de shows por todo o País. “Cheguei a pedir o boné duas vezes neste período”, conta. Segundo ele, o sucesso trouxe como consequência uma rixa com o guitarrista Edgard Scandurra. “Ele estava com a cabeça cheia de ecstasy e ficava me pentelhando!”, reclama. De tão bravo com a situação, e mais interessado em sua carreira-solo, ele mal participou da composição do último CD do grupo, Invisível DJ (2007)
Divulgação
-
Em sua visão, a gota d’água para a separação do grupo foi a versão para a música Girassol, um dos grandes sucessos da banda, feita para disco acústico. Ela teria sido escrita por Scandurra para uma ex-namorada, Beatriz, que o traiu com o cantor em 1994. Sem saber do problema, o produtor Rick Bonadio mandou a banda gravá-la com os vocais de Nasi, apesar dos pedidos do guitarrista para cantá-la. Desde então, a convivência entre eles piorou. “O que eu poderia fazer para resolver aquele rolo de 15 anos atrás? Não aguentava mais.”
Divulgação
-
No fim do livro, Nasi - atual dono da marca Ira!, cedida a ele por seu irmão após a reconciliação - dá uma pequena esperança aos que desejam ver a banda novamente nos palcos. “Um dia, quem sabe, reencontro o Edgard... Mas essas são coisas do futebol e do rock and roll”, explica. E dá um recado ao companheiro com quem fundou a banda. “Boa sorte na sua caminhada. Afinal, você é o mentor da nossa separação. Espero que você encontre a felicidade e a realização que procura.”
Divulgação