Com luxo e poesia de sobra, Ilha canta centenário de Vinícius de Moraes
Escola da zona norte misturou trechos de músicas do Poetinha em seu samba
Carnaval 2013|Do R7
A União da Ilha levou para a Marquês de Sapucaí o centenário de Vinícius de Moraes. Cheia de colorido e com muito luxo, a escola da zona norte misturou em seu enredo trechos de famosas canções do Poetinha. O samba leve e que canta a saudade de Vinícius embalou o público de ponta a ponta.
O verso “num doce balanço que não tem igual” remetia à obra mais famosa: Garota de Ipanema. Helô Pinheiro, a musa inspiradora, que marcou presença na avenida do samba como destaque de alegoria, foi representada pela ex-BBB Thalita Lippi. Ela substituiu a atriz Letícia Spiller, com dengue.
Apesar do orçamento historicamente apertado, a Ilha invadiu a Sapucaí com luxo para dar e vender. Em seus sete carros alegóricos, relembrou a construção do País, passou pelo nordeste do país e fez referências ao apelido do qual Vinícius se orgulhava: o branco mais preto do Brasil.
O abre-alas, que impressionou pelo comprimento, fez navegar na avenida a barca que, no passado, antes das duas pontes que ligam a Ilha ao continente, era o único meio de transporte ao lugar que marcou a infância de Vinícius de Moraes.
As alegorias impressionaram também pelo belo acabamento. O carro que contava a história de Orfeu Negro, musical assinado pelo Poetinha, chamou a atenção. Impossível não se surpreender com desenhos vivos em um imenso vaso grego.
Em um desfile sobre um dos pais da bossa nova não poderia faltar, é claro, o calçadão de Copacabana. E por falar em tradição, a bateria 40 Graus entrou na passarela do samba com garra para tirar mais uma nota dez dos jurados.
No fim da festa, o mestre-sala Bira passou mal em razão de uma queda brusca de pressão e chegou a desmaiar. Ele foi atendido no posto médico da Sapucaí e passa bem.