Com novas regras, apuração do Carnaval de São Paulo tem clima comedido e burocrático
Sem torcida nas arquibancadas, apuração é acompanhada por integrantes em silêncio
Carnaval 2013|Marsílea Gombata, do R7
A apuração do Carnaval de São Paulo 2013 teve um clima diferente dos anos anteriores. Neste ano, a leitura dos votos dos jurados foi marcada por organização e a ausência da torcida. Após a confusão ocorrida em 2012 — quando cédulas com as notas das escolas foram rasgadas — as regras deste ano foram modificadas e foi proibida a entrada de público para acompanhar a contagem das notas.
Os representantes das escolas ficaram ouvindo os votos sentados e, de vez em quando, comemorando as altas notas. Quem curte a animação carnavalesca, sentiu diferença, como o vice-presidente da Gaviões da Fiel, Wagner da Costa. Para ele, a vibração emanada das torcidas na arquibancada fazem falta no momento tenso da apuração:
— A gente tá acostumado com o povo aqui, mas... Acaba fazendo falta mesmo.
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O intérprete da Tom Maior, Renê Sobral, espera que as regras atuais vigorem por pouco tempo.
— É uma vergonha para o Carnaval de São Paulo, infelizmente. Tenho esperança que volte a ser como era antes.
Para Juca, mestre de bateria da Águia de Ouro, as novas regras fizeram a tarde de apuração ser mais organizada:
— Achei bem melhor. É mais confortável e sem confusão.
Menos bagunça, mas menos envolvimento também, avalia o diretor social da Unidos de Vila Maria, Eduardo Okabe.
— Fica mais organização, mas tira um pouco da emoção de antes.
Para o diretor de Carnaval da Império de Casa Verde, Marcelo Casanossa, as novas regras, definitivamente, tiraram a alegria de antes:
— O clima está gelado. Esse esquema é sem graça demais!
Casanossa passou a apuração reservado, mas por outro motivo. Com uma santinha na mão, o diretor rezava.
— Essa Nossa Senhora da Aparecida aqui é para me dar sorte. A caneta dos jurados está pesada.