A Prefeitura de Conceição do Mato Dentro, em Minas Gerais, anunciou, neste sábado (28), o cancelamento do show de Gusttavo Lima, que estava marcado para o dia 20 de junho. A apresentação deveria ocorrer durante a 30ª Cavalgada do Jubileu do Senhor Bom Jesus de Matosinhos e custaria R$ 1,2 milhão aos cofres públicos da cidade.
Além do show de Gusttavo Lima, foi cancelado o de Bruno e Marrone, que custaria R$ 520 mil.
O anúncio foi feito pelo próprio prefeito da cidade, José Fernando Aparecido de Oliveira (MDB), nas redes sociais da prefeitura. Segundo ele, a festa "foi envolvida em uma guerra político-partidária que não tem nada a ver com a cidade e com o que a Cavalgada representa".
Zé Fernando – como é conhecido – lamentou o cancelamento dos shows, mas mencionou apenas um "adiamento" da ida de Gusttavo Lima à cidade. "Precisaremos adiar a vinda do 'Embaixador'. Tentaram envolver a nossa cidade e a minha honra pessoal em questões que não nos representam", disse.
O comunicado do prefeito vem logo após o MPMG (Ministério Público de Minas Gerais) informar, na última sexta-feira (27), que abriu um procedimento para avaliar a necessidade de investigar o gasto milionário da Prefeitura de Conceição do Mato Dentro com a contratação de cantores para a tradicional Cavalgada do Jubileu do Senhor Bom Jesus de Matosinhos.
O município foi responsável pelo financiamento de ao menos seis duplas ou cantores. O que deveria receber o maior valor é o sertanejo Gusttavo Lima, seguido dos artistas Bruno e Marrone (R$ 520 mil), Israel e Rodolffo (R$ 310 mil), Di Paulo & Paulino (R$ 120 mil), João Carneiro (R$ 100 mil) e Thiago Jhonathan (R$ 90 mil).
O contrato do show de Gusttavo Lima previa ainda que a prefeitura pagasse a hospedagem de 40 pessoas da equipe do cantor no melhor hotel da região e se responsabilizasse pelos gastos diários de alimentação, de R$ 4.000, bem como pelo transporte do artista e de sua equipe.
O documento previa também uma multa de 50% do valor total no caso de adiamento ou cancelamento da apresentação. Gusttavo Lima recebeu R$ 600 mil logo após assinar o contrato, ou seja, não precisará devolver o dinheiro recebido.
Vale lembrar ainda que o Ministério Público de Roraima já investiga o pagamento de R$ 800 mil ao cantor por evento promovido pela Prefeitura de São Luiz.
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