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Quebrada Queer: conheça o primeiro grupo de rap gay do Brasil

Jovens fazem rimas sobre questões sociais e homofobia: "Representamos não só os gays, mas muita gente: negro, periféricos, mulheres"

Música|Marília Aguena, do R7

Quebrada Queer é formado por Zyess, Tchelo Gomez, Guigo, Apuke, Harlley e Lucas Boombeat
Quebrada Queer é formado por Zyess, Tchelo Gomez, Guigo, Apuke, Harlley e Lucas Boombeat

O Quebrada Queer nasceu por acaso. O que era para ser apenas uma música acabou virando o nome do grupo composto por seis jovens gays da periferia que se conheceram na noite — apesar de todos já terem alguma relação com a música.

O sucesso foi tão grande que, em uma semana, eles já tinham convite para show, além de terem montado uma apresentação a toque de caixa para compor o set list.

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Murillo Zyess, Guigo, Harlley, Lucas Boombeat, Tchelo Gomez e Apuke estão na faixa dos 20 e poucos anos e vieram das mais diversas regiões de São Paulo: Parelheiros, Guarulhos, Jandira e Jardim Martins Silva.


Quebrada Queer fala sobre periferia e preconceito
Quebrada Queer fala sobre periferia e preconceito

Eles contam como é ser homossexual de origem negra na periferia e trazem versos como "nois tá aqui por cada bicha com a vida interrompida, por causa de homofobia, ódio e intolerância, resistimos no dia a dia"

— O homossexual na cena rap não é novidade, mas ainda assusta muita gente. Porém um grupo de rap só com gays não existe no Brasil e pelo o que pesquisamos em lugar nenhum. E nós provamos que conseguimos fazer um som e que isso não depende da nossa sexualidade.


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Apesar de cantarem os preconceitos já vividos por causa da homossexualidade, a família de cada integrante aceitou com uma ou outra estranheza quando eles se assumiram, mas, no geral, o grupo elogia bastante o apoio dos mais próximos.


O preconceito apareceu mais nos comentários do clipe postado no YouTube. Muitos duvidaram que "gay pode fazer rap", mas a maioria elogia o trabalho do grupo. 

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Alguns admiradores até começam as frases com "apesar de ser hetero, gosto muito do trabalho de vocês". Mas eles refutam a ideia de representar apenas os gays.

Grupo existe há três meses e lança o segundo clipe
Grupo existe há três meses e lança o segundo clipe

— Representamos muita gente: o negro, quem é da periferia, as mulheres. Não dá para agradar todo mundo. Para alguns gays, somos muito "heteros" [por não serem afeminados]. Para alguns heteros, somos muito gays. Queremos apenas mostrar o nosso som, exatamente do jeito que somos. Não queremos tentar pertencer ou agradar algum grupo.

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A única menina do grupo veio depois da formação estar completa. Apuke é produtora e DJ e uma das poucas mulheres beatmakers (quem produz a batida das músicas) no país. Ela diz conhecer apenas cinco meninas que trabalham no ramo e que ainda não podem viver disso. "É apenas um hobby", lamenta.

Todos abandonaram os trabalhos anteriores, como garçom, atendente de telemarketing, bibliotecário e vendedor, para se dedicar completamente ao Quebrada Queer.

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Nesta segunda-feira (3), será lançado o segundo clipe do grupo que foi feito em um dia e com orçamento baixíssimo, quase que inteiro de favor com os profissionais envolvidos.

Quebrada Queer tem mais de 1,5 mi de visualizações
Quebrada Queer tem mais de 1,5 mi de visualizações

Pra quem duvidou foi feito no Castelinho da rua Apa, casarão famoso no centro de São Paulo e com fama de mal assombrado por causa de um crime que aconteceu em 1937. Hoje, funciona a ONG Clube de Mães do Brasil, com quem o Quebrada pretende fazer alguns trabalhos em conjunto.

O primeiro single do grupo foi lançado no começo de junho e já tem mais de 1,5 milhão de visualizações.

Veja o primeiro clipe de Quebrada Queer:

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