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‘Código Preto’ desperdiça talento de Cate Blanchett em filme que se perde sem saber o que quer

Obra dirigida por Steven Soderbergh chegou aos cinemas brasileiros na última quinta-feira (13)

Cine R7|Vicente Andrade*, do R7

Kathryn (Cate Blanchett) e George (Michael Fassbender) em 'Código Preto' Divulgação

Código Preto, o novo filme de Steven Soderbergh, diretor de obras como Onze Homens e um Segredo e Traffic, chegou aos cinemas brasileiros na última quinta-feira (13).

O longa-metragem conta a história de George (Michael Fassbender) e Kathryn (Cate Blanchett), dois espiões casados. No entanto, após o vazamento de informações que apontam sua esposa como a principal suspeita de trair a nação, George se vê em um dilema: ser leal ao matrimônio ou ao seu país.

As cenas de conflito se destacam. O desconforto dos personagens se traduz em entretenimento de primeira para o espectador. Destaque para a direção brilhante de Soderbergh, que consegue imprimir uma atmosfera noturna de tensão misturada a doses de elegância que são um deleite para os olhos.

Outro ponto positivo do filme é o entrosamento do elenco, especialmente dos protagonistas. Cate e Fassbender entregam atuações primorosas, com uma química impecável em tela.


É uma pena que as atuações brilhantes não se reflitam no enredo e no roteiro. O diálogo, por vezes, soa forçado, como uma tentativa falha de replicar um humor mais desbocado.

O principal problema de Código Preto é que ele não sabe qual é o seu objetivo. O filme tenta ser um clássico de espiões, ao mesmo tempo em que busca trazer suspense, humor e contemporaneidade. Por querer abraçar o mundo, a obra realiza todas as suas tarefas de forma medíocre.


Michael Fassbender em Código Preto Reprodução: Divulgação Focus Features

Outra falha do longa é a falta de descrição dos verdadeiros objetivos de cada personagem. Em determinado momento, o espectador se vê perdido, tentando decifrar se os enredos são coesos e qual é a ligação entre eles.

Para os mais atentos, alguns erros no figurino podem chamar a atenção, como a peruca mal encaixada de Cate — um detalhe que não compromete sua atuação impecável como espiã.


Apesar dos erros ao longo da trama, Código Preto se recupera na reta final, trazendo embates catárticos e revelações que cativam o público, o que faz o espectador se perguntar o motivo de ter assistido a uma enrolação por 85% do tempo. Os jogos de manipulação conquistam e entretêm, mas, por vezes, falta objetividade e clareza no roteiro.

É um bom filme, mas passa longe de ser revolucionário. Em outras palavras, o longa-metragem é como aquele aluno que não consegue um dez, mas passa de ano com uma nota sete.

*Sob supervisão de Lello Lopes

Os textos aqui publicados não refletem necessariamente a opinião do Grupo Record.

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