‘O Clube das Mulheres de Negócios' aposta em inversão dos papéis de gênero para fazer sátira social
Comédia dramática com toques de suspense de Anna Muylaert estreou nesta quinta (28) nos cinemas
Cine R7|Mariane Reghin
Ambientado em um mundo imaginário onde os estereótipos de gênero são invertidos, O Clube das Mulheres de Negócios, que estreou nos cinemas nesta quinta-feira (28), faz uma sátira social com críticas ao patriarcado, machismo e racismo, provocando reflexões importantes para a sociedade.
A disputa de poder entre as mulheres está no centro da narrativa escrita e dirigida por Anna Muylaert (de Que Horas Ela Volta?) e os homens são retratados como submissos, ocupando papéis de funcionários do clube e maridos das sócias.
Veja também
A escalação do elenco é um dos pontos fortes do filme, que entrega personagens bem construídos e com tramas próprias. Cada uma das mulheres de negócios tem seu “calcanhar de Aquiles” e personificam problemas sociais, como corrupção, assédio sexual, lavagem de dinheiro e porte de armas.
Cesárea (Cristina Pereira) e Brasília (Louise Cardoso) comandam o mais poderoso clube de campo em São Paulo com maestria e tentam manter as aparências a todo custo.
A trama também tem a empresária corrupta Norma (Irene Ravache), a herdeira do agronegócio Yolanda (Grace Gianoukas), a ex-militar Zarife (Katiuscia Canoro), a líder religiosa bispa Patrícia (Shirley Cruz), a advogada Fay Smith (Helena Albergaria), cantora de funk hypada Kika (Polly Marinho) e a industrial com compulsão sexual Donatella (Itala Nandi).
Luís Miranda interpreta o fotógrafo renomado Jongo e Rafael Vitti é o jornalista recém-formado Candinho. Ambos têm a missão de entrevistar essas mulheres de negócios.
Enquanto as sócias aproveitam um dia de ostentação e acordos no clube, três onças escapam do onçário onde ficam, colocando a vida de todos os personagens em risco.
A partir daí, um jogo de negação, mentiras e ataques se desenrola, paralelamente a disputas de poder, política e sexo, que parecem absurdas de tão reais. Candinho e Jongo tentam a todo custo controlar a situação, mas acabam reféns da ambição das mulheres.
A realidade distópica, porém, perde a força inicialmente alcançada com boas atuações do meio para o fim do filme. O Clube das Mulheres de Negócios tenta abranger tantos gêneros que se perde e deixa o espectador confuso. Fora isso, a expansão de subtramas tira o foco da narrativa principal.
Com a aparição de onças geradas por computador, a sensação de incômodo aumenta e a escolha estética instiga o pensamento: “Será que estou em um videogame?”. E de fato, o filme termina parecendo uma grande viagem, apesar da mensagem forte e relevante.
Confira o trailer de O Clube das Mulheres de Negócios
Os textos aqui publicados não refletem necessariamente a opinião do Grupo Record.