‘Fitzcarraldo’: conheça filme que teve navio na selva, cirurgia sem anestesia e Mick Jagger cortado
Longa teve uma das produções mais caóticas da história do cinema

A gente já disse aqui que algumas produções de cinema são muito mais interessantes que os filmes em si. Hoje o Cinema de Segunda traz mais uma historinha dessas: a caótica gravação de Fitzcarraldo.
Dirigido pelo alemão Werner Herzog e lançado em 1982, o longa conta a história de Brian Sweeney Fitzgerald (Klaus Kinski), um homem obcecado por construir uma casa de ópera numa cidade da Amazônia peruana. O filme tem a participação dos atores brasileiros José Lewgoy e Grande Otelo, e do cantor Milton Nascimento.
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Filmado no meio da floresta durante meses, com os atores e equipe dividindo um pequeno acampamento com pouca comida e nenhum conforto, Fitzcarraldo se tornou um pesadelo.
Veja quais foram os maiores problemas que fizeram do filme uma das produções mais conturbadas da história do cinema.
Navio no meio da floresta
O ponto mais tenso da trama é quando Fitzcarraldo tenta arrastar um navio montanha acima no meio da floresta. As cenas foram gravadas in loco, sem esfeitos especiais, com um navio de 320 toneladas sendo puxado por cabos de verdade (e pelo muque de centenas de figurantes). O navio foi deixado no local e está até hoje encalhado no meio da floresta peruana.
Proposta para matar o ator principal
Embora brigas entre diretores e atores sejam comuns, a treta envolvendo Herzog e Kinski extrapolou quase todos os limites. O diretor não suportava o jeito que Kinski tratava a equipe e os outros atores. O clima no set era tão ruim que Herzog afirmou que um dos líderes indígenas que trabalharam na produção se ofereceu para matar o ator. A história depois foi negada pelo produtor Walter Saxer, mas entrou no anedotário do filme.
Mudanças no elenco
Um projeto tão complicado acabou tendo a sua produção atrasada. Para piorar, Jason Roberts, o ator escalado para interpretar Fitzcarraldo, ficou doente na sexta semana de filmagens e precisou abandonar o set.
Isso fez com que as filmagens se prolongassem e inviabilizou a participação de Mick Jagger. O roqueiro, que tinha compromisso com os Rolling Stones, precisou ser cortado. E o longa teve que ser gravado de novo desde o início.
Pé amputado e cirurgia sem anestesia
Acidentes eram frequentes no set. Um peruano que trabalhou na construção dos cenários do filme foi picado por uma cobra venenosa no meio da selva. Sem tempo para um tratamento mais adequado, ele amputou o próprio pé com uma motosserra para impedir que o veneno se espalhasse pelo corpo.
O diretor de fotografia Thomas Mauch também sofreu um grave acidente, quase perdendo a mão. Para salvar o membro, ele precisou passar por uma cirurgia de duas horas e meia, sem anestesia.
Ataque indígena
A presença da equipe não agradou todas as tribos da região. A produção foi surpreendida por um ataque indígena em uma das noites. Um homem sobreviveu a uma flechada na garganta e sua esposa foi atingida no estômago, necessitando de uma cirurgia de emergência de oito horas em uma mesa de cozinha.
“Eu ajudei iluminando a cavidade abdominal com uma lanterna e, com a outra mão, borrifei repelente nas nuvens de mosquitos que fervilhavam ao redor do sangue”, disse Herzog.
Mais acidentes e mortes
É claro que tudo isso não poderia acabar bem. Pelo menos duas mortes foram registradas durante a produção: um homem se afogou e outro morreu depois de contrair malária.
Além disso, o filme teve dois acidentes com aviões de pequeno porte, deixando seis pessoas feridas, uma delas paralisada.
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