Homero Salles, amigo e ex-diretor de Gugu, desabafa: 'Dinheiro, likes e cliques ficaram acima da moral'
Ele mandou um texto para a coluna em que fala sobre a briga na Justiça e as revelações da intimidade de Gugu
Flavio Ricco|Flávio Ricco e Flavio Ricco
Homero Salles, diretor de TV que comandou programas de Gugu Liberato no SBT e na Record TV, fez um longo desabafo em defesa do amigo, que morreu em 2019. Ele mandou um texto para a coluna em que fala sobre a briga na Justiça pela herança do apresentador e as revelações da intimidade de Gugu por parte da imprensa.
Veja o desabafo:
Por que defender Gugu Liberato? Em primeiro lugar porque ele era uma pessoa boa, que nunca fez mal a ninguém. Desafio encontrar alguém que tenha sido prejudicado intencionalmente por ele. E, em segundo lugar, porque ele sendo essa pessoa boa ajudou, aí sim intencionalmente, a dezenas de pessoas, seja profissional ou particularmente. A generosidade era a sua principal característica.
Causa revolta essa exposição de seu nome, intimidade e vida pessoal, uma vez que em vida optou pela discrição. Por ser uma pessoa extremamente tímida, nunca se expôs e tampouco abriu sua intimidade para a imprensa.
Sem generalizar, parte da imprensa se deleita hoje na sua covardia por detrás das teclas de computadores a manchar uma história de um homem a quem não tiveram a coragem de encarar enquanto estava vivo.
Grandes covardes, usam frases tipo "eu sempre soube", mas, se sempre soube, porque nunca divulgou e esperou ele não estar mais aqui para se defender para sair de seus covis e destilar seus venenos. Isso não é moral e não é cristão.
Quanto aos que polarizam (como tudo no Brasil) e querem tomar lado na famigerada disputa da herança, só tenho a dizer o seguinte: burrice tem limite!!!
Gugu fez em vida, dono de suas plenas faculdades mentais, um testamento extremamente inteligente. Vamos lá: se não entenderem de uma vez por todas, eu desenho. Gugu privilegiou a segunda geração em detrimento da primeira. A razão? Explico também. Gugu nada deixou para a irmã e para o irmão, ambos profissionais bem-sucedidos em suas carreiras. Aparecida Liberato, numeróloga famosa, e Amandio Liberato, empresário e bacharel em direito.
Porém, deixou cinco por cento para cada sobrinho, contando acertadamente que numa emergência os sobrinhos proveriam os pais do que fosse necessário. E o mesmo fez com seus filhos: para eles, coube setenta e cinco por cento de toda a fortuna que ele, somente ele, amealhou numa vida de trabalho árduo e dedicado.
Agora, um palpiteiro é preciso ter uma mente distorcida e sórdida para imaginar que os três filhos iriam desamparar em algum momento da vida a Rose, sua mãe. E se cada um deles desse a ela apenas uma migalha do que lhes coube, a mesma seria milionária, tendo sua independência financeira para o resto da vida. Isso teria sido fácil num acordo entre a família.
Para que então precisar procurar a Justiça? A parte dos sobrinhos é garantida por lei e a vontade do Gugu foi expressa em testamento. Ou testamento não vale nada num Brasil de tantas mazelas?
E, para terminar, diz o ditado: o combinado não é caro. Quem aceitou um acordo no passado não pode querer modificá-lo porque assim o querem pessoas ávidas em pôr a mão no que não lhes pertence. Dinheiro, likes e cliques ficaram acima da moral, do caráter e da retidão.
#gugumerecerespeito.
Os textos aqui publicados não refletem necessariamente a opinião do Grupo Record.