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Lei proíbe jogos e brincadeiras preconceituosas

Projeto de Lei que regulamenta jogos e brincadeiras de criança aguarda aprovação do Senado e promete abolir preconceito

Melhor Não Ler|Do R7

De autoria do deputado João das Dores, o projeto de lei 1.234, que recebeu o nome de Lei da Brincadeira, passou pela câmara e agora aguarda aprovação do Senado Federal para continuar seu curso e seguir para sanção presidencial. A nova lei prevê a proibição de certos jogos e brincadeiras considerados preconceituosos, mas permite a adaptação de outros. Em entrevista coletiva, o autor da lei declara que o texto foi preparado seguindo todos os itens da Cartilha para Leis Politicamente Corretas e contou com a assessoria de especialistas do Instituto Brincadeira é Coisa Séria (IBCS).

O parlamentar confessou aos jornalistas que a criação do PL partiu de razões particulares e comoveu a todos com sua história. “Eu nunca consegui vencer o desafio do cubo mágico e sofri muito bullying por conta disso. Não importava o quanto me esforçasse para deixar cada um dos seis lados com uma única cor, só dava certo com o vermelho. Nos outros cinco sempre tinha um quadradinho verde ou um amarelo estragando tudo. Agora, aos 75 anos, vi que meu neto tem o mesmo problema e não quero que ele carregue o trauma que me perseguiu a vida inteira”, confidenciou Das Dores.

Cubo mágico: traumas e processo de adaptação, com todos os lados de uma cor só
Cubo mágico: traumas e processo de adaptação, com todos os lados de uma cor só Cubo mágico: traumas e processo de adaptação, com todos os lados de uma cor só

Apesar da experiência dolorosa, o deputado não guarda mágoas e o Cubo de Rubik não consta na lista dos brinquedos proibidos. Segundo especialistas do IBCS, ele poderá continuar sendo comercializado desde que passe por um processo de adaptação. “Os fabricantes terão de produzir o cubo com todos os lados de uma cor só. Dessa forma, qualquer criança conseguirá resolver o desafio. Todos ganham e ninguém se sente um idiota”, declarou a presidente do IBCS, Amaralina Alegrette.

Já a brincadeira de esconde-esconde não teve a mesma sorte e deverá ser totalmente abolida. Alegrette explica: “Não é possível, em pleno século 21, ensinarmos nossas crianças a se esconderem. É preciso ter total transparência e tudo o que é oculto é prejudicial. Inclusive, muitas delas recorrem a armários, trancando-se no escuro, com medo de serem encontradas. Criança deve sair do armário logo cedo e não entrar nele.”

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Se a lei for aprovada, os parques também terão de se adaptar regulamentando uma das atrações mais populares entre os pequenos: a balança, e extinguindo definitivamente outro: a gangorra. Os parques poderão manter suas balanças, mas terão de fixar placas com a nova regra: cada usuário deve se balançar sozinho, independentemente da idade. “Não é justo que uma pessoa empurre a outra, pois enquanto uma se diverte, a outra tem de fazer esforço físico. Isso remete à escravidão e não podemos admitir. Se a diversão não for para todos, não será para ninguém”, esclarece Alegrette.

Sobre a gangorra, apesar das tentativas de regulamentar o uso, a equipe de especialistas achou melhor destruir todas. “A gangorra não é um brinquedo inclusivo porque depende do equilíbrio entre os usuários para se movimentar. Isso exclui qualquer tentativa de interação entre crianças gordas e magras. Sempre que a criança gorda se senta, a magra sobe e não consegue descer, causando constrangimentos. Tentamos colocar uma regra para formação das duplas, mas isso seria igualmente embaraçoso, por isso, optamos pela abolição do brinquedo”, conta o autor da lei.

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Para João das Dores, a lista de jogos, brinquedos e brincadeiras que deverão ser extintos ou adaptados é extensa, mas necessária. “Enquanto qualquer viés preconceituoso for encontrado não podemos baixar a guarda”, finaliza o parlamentar que, em seu projeto de lei, também prevê que todo brinquedo a ser produzido no Brasil, bem como em todos os playgrounds particulares ou parques públicos, a frase seguinte deve obrigatoriamente estar presente: “Sua diversão não pode ser a minha opressão”.

Esta crônica é uma ficção, mas poderia não ser.

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