Na era das certezas, a única coisa que permanece é a dúvida
Chegou o dia previsto pelo grande escritor G.K. Chesterton e precisamos provar ao mundo que a grama é verde
Melhor Não Ler|Do R7
Esta é uma carta aberta a Gilbert Keith Chesterton (1874–1936), escritor inglês conhecido como o “príncipe do paradoxo” e que afirmou: “Chegará o dia em que teremos que provar ao mundo que a grama é verde”.
Querido Sr. Chesterton,
Venho do ano de 2022 relatar que, apesar de a nossa sociedade ainda não ter literalmente problematizado a cor da grama, o senhor tinha razão quando escreveu aquela famosa frase que, no fundo, não tinha nada a ver com o capim em si.
Hoje em dia muitas certezas foram empurradas desfiladeiro abaixo e até agora não conseguimos entender direito quem as empurrou e nem como é que vamos fazer para juntar todos os cacos novamente...

O senhor acredita que as pessoas dizem ter certeza de tudo, ao mesmo tempo que não sabem de nada? Sei que corro o risco de o senhor pensar que estou inventando histórias, mas preciso lhe contar que até a ciência pirou de vez.
É que, se por um lado somos muito evoluídos e podemos decifrar o sexo de uma ossada lá da sua época (e até das múmias do Antigo Egito), por outro, não podemos mais determinar o sexo de um ser humano vivo, com todos os órgãos reprodutores em seus lugares, teste de DNA, dosagem de hormônios e tudo mais.
Bem, creio que o senhor não saiba o que é dosagem hormonal e nem teste de DNA, não é mesmo, Sr. Chesterton? Desculpe, mas é que no meio de tanta confusão, provar a cor da grama é o menor dos nossos problemas... Descanse em paz, Sr. Chesterton, e aproveite, porque com essas ideias que estão surgindo nestes tempos aqui, a gente não vai ter descanso tão cedo!