O deputado federal Renato Argilas (Regressistas), expôs um esquema de corrupção inédito no Brasil, a corrupção inversa. O congressista afirmou que, depois de extensas investigações, ficou evidente que o mecanismo utilizado por professores da rede pública de ensino está enraizado no país há, pelo menos, três décadas.
“Os professores estão tão habituados com essa prática que já não se dão ao trabalho de ocultar suas ações. Notamos que a corrupção inversa é divulgada até mesmo nas redes sociais e isso é ultrajante!”, esclareceu Argilas.
A corrupção inversa ou reversa é caracterizada pela ação de colocar dinheiro do próprio bolso para viabilizar quaisquer atividades escolares, tanto para suprir necessidades básicas dos alunos quanto para possibilitar que os parâmetros curriculares nacionais sejam cumpridos satisfatoriamente. O crime pode ocorrer de diversas maneiras, como por exemplo, quando um professor introduz no ambiente escolar papel higiênico comprado com o próprio salário porque o poder público não fornece. Mas a prática pode ocorrer por meio do contrabando de outros tipos de materiais.
Professores e a corrupção inversa: dinheiro do próprio bolso para o material escolar
Reprodução/RecordTVSegundo o deputado, diversos flagrantes foram realizados de norte a sul do Brasil. “Testemunhamos professores entregando aos alunos objetos como lápis, borrachas e até apontadores, tudo comprado com recursos próprios, sob a alegação de que as crianças precisavam dos materiais para estudar e os pais não têm condições de comprar. Mas isso é inconcebível em pleno século 21!”, protestou Argilas e ponderou: “E se um aluno apontar demais o lápis e enfiar no olho de outro aluno? Quem vai se responsabilizar? É pela segurança das nossas crianças que o Estado não disponibiliza esse tipo de material. A partir de 2075 iremos providenciar um notebook para cada criança matriculada em escola pública para que nenhum aluno brasileiro precise passar pelo constrangimento de ter de escrever com ferramentas tão arcaicas e perigosas. Estamos correndo contra o tempo e certamente cumpriremos o prazo estabelecido. Eu prometo!”
A Associação dos Fiscais das Escolas Públicas do Brasil (AFEPB) divulgou nota afirmando que a prática é comum: “Reconhecemos que os professores frequentemente facilitam a entrada de materiais escolares nas instituições públicas de ensino e sabemos que tais objetos são adquiridos por meio de recursos próprios e até mesmo através de vaquinhas on-line, convidando pais e amigos para financiarem o esquema. Também estamos cientes de que muitos professores utilizam seus próprios veículos para transportar não só os materiais – produtos de corrupção inversa – mas também para retirar alunos do ambiente escolar, o que não podemos tolerar de forma alguma. Vários docentes confessaram ter transportado alunos para um pronto-socorro simplesmente porque desmaiaram ou tiveram uma convulsão durante a aula. A alegação para tal irregularidade é que nenhuma ambulância atendeu a ocorrência, mas como bem sabemos, isso não acontece no Brasil. Assumimos que houve falhas no trabalho de fiscalização, mas reiteramos que, a partir de hoje, estaremos mais alertas para que tais práticas sejam abolidas definitivamente de nossas escolas.”
Esta crônica é uma ficção, mas poderia não ser...
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