‘Beetlejuice: O Musical’ traz referências brasileiras ao clássico com humor na medida certa
Eduardo Sterblitch domina o papel-título em espetáculo com elenco afiado e risadas de sobra
R7 Teatro|Maria Cunha

Sucesso de público e crítica em 2024, Beetlejuice: O Musical retorna em curta temporada em São Paulo, com elenco renovado e ainda mais entrosado.
A produção, que levou os prêmios Bibi Ferreira, Destaque Imprensa Digital e Arcanjo de Melhor Musical do Ano, mostra que continua no auge: com humor afiado, ritmo envolvente e um visual de cair o queixo.
Inspirado em Os Fantasmas se Divertem, clássico de Tim Burton de 1988, o espetáculo acompanha Lydia, uma adolescente solitária que, ao perder a mãe, acaba conhecendo um casal de fantasmas atrapalhados e o irreverente Beetlejuice — um fantasma trapaceiro que promete ajudá-la a se reconectar com o mundo dos vivos, mesmo que isso signifique virar tudo de cabeça para baixo.
A direção de Tadeu Aguiar acerta ao equilibrar o humor do original com um ritmo ágil e referências brasileiras que aproximam o público da trama. As adaptações do texto e das piadas funcionam bem e tornam o espetáculo ainda mais acessível, sem perder o espírito ácido e caricato do universo criado por Burton.
Eduardo Sterblitch está mais confortável do que nunca no papel-título. Seu Beetlejuice é escrachado na medida certa, um mestre de cerimônias que quebra a quarta parede com maestria e arranca gargalhadas do público com carisma e improviso do início ao fim.
O riso, no entanto, também dá espaço à emoção em algumas cenas de Pamela Rossini. Sua Lydia equilibra momentos de humor e melancolia com naturalidade, e sua potência vocal transforma um dos momentos mais delicados do espetáculo em uma das passagens mais bonitas da montagem.
A química entre Clara Verdier (Barbara) e Ivan Parente (Adam) é outro ponto alto. O entrosamento dos dois faz o público torcer por esse casal de fantasmas atrapalhados — e ainda provoca nostalgia em quem os viu juntos em Os Miseráveis.
Ainda brilham no elenco Fabrício Gorziza e Duda Carvalho. Gorziza entrega um Charles carismático, que desperta curiosidade para vê-lo na pele do próprio Beetlejuice, papel que ele alterna com Sterblitch.
Já Duda, assumindo o papel de Delia após interpretar a Miss Argentina na temporada carioca, se reinventa completamente: divertida, exagerada e cheia de presença, é o tipo de atriz que imediatamente captura a atenção do público.
Visualmente, o espetáculo é um delírio. Cenários e figurinos brincam com o excesso e com o contraste entre o mundo dos vivos e o dos mortos. A iluminação e os efeitos visuais completam essa estética insana, que mistura terror e videoclipe.
Com humor afiado e um elenco em plena sintonia, Beetlejuice é, acima de tudo, um musical que abraça o caos com graça e inteligência. Uma comédia sobre a morte que celebra o prazer de estar vivo.
Serviço
Local: Teatro Liberdade (Rua São Joaquim, 129 – Liberdade, São Paulo)
Temporada: de 03 de outubro a 30 de novembro
Sessões: quartas, quintas e sextas às 20h | sábados às 16h e 21h | domingos às 16h e 20h30
Ingressos: de R$ 21,18 (meia popular) a R$ 350,00 (plateia premium, inteira)
Classificação: 14 anos
Duração: 2h30 (com intervalo de 15 min)
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