Glinda, Hamilton e Nala: veja nomes de brasileiros inspirados em personagens de teatro

O novo site Nomes do Brasil, lançado nesta terça-feira (4) pelo IBGE com dados atualizados do Censo Demográfico de 2022, revela curiosidades sobre como os brasileiros escolhem nomes — e como cultura, arte e entretenimento ajudam a nomear gerações.

A ferramenta permite descobrir quantas pessoas têm determinado nome ou sobrenome, a idade média de quem o carrega e até em que década ele mais apareceu. E entre tantos “Marias” e “Josés”, há espaço para uma leva de nomes inspirados em personagens dos palcos.

Entre os mais curiosos estão Glinda e Dorothy, ambas vindas do universo de Wicked e O Mágico de Oz. São 36 brasileiras chamadas Glinda, com idade média de 26 anos, e 572 Dorothy, em média com 67 anos.

Outro nome que brilha nas estatísticas é Hamilton: 20.617 brasileiros foram registrados assim, com idade média de 53 anos. Embora o nome exista há bem antes do sucesso da Broadway, é impossível não lembrar do musical de Lin-Manuel Miranda, que revolucionou o teatro musical em 2015.

O universo da Disney também marca presença. Nala, com 144 registros e idade média de 3 anos, é um nome em alta — especialmente após ser escolhido pela cantora IZA para a filha, o que reforçou a ligação com a personagem de O Rei Leão. Já Simba, protagonista do mesmo clássico, aparece mais timidamente: não como nome, mas como sobrenome, com 55 registros no país.

Os palcos também deixaram marcas com Mamma Mia!. A comédia musical inspirada nas canções do ABBA ecoa em nomes como Donna e Sophie. São 73 Donnas, com idade média de 21 anos, e 8.775 Sophies, cuja média é de apenas 6 anos.

Entre os clássicos eternos, Romeu e Julieta seguem firmes como nomes de amor e tragédia: 8.775 Romeus e 14.410 Julietas vivem no Brasil, com idades médias de 51 e 69 anos, respectivamente. Outro personagem shakespeariano que aparece, mesmo que discretamente, é Hamlet — são 21 registros, com idade média de 55 anos.

Os palcos mais sombrios também deixam sua marca. Christine, a doce protagonista de O Fantasma da Ópera, batiza 1.334 brasileiras, com idade média de 43 anos. E o épico francês Os Miseráveis também inspira: há 171.850 Jeans, 76 Javerts e 148 Fantines, com idades médias que vão dos 18 aos 57 anos.

Mas, embora o teatro tenha seu público fiel, os dados do IBGE mostram que novelas e futebol ainda dominam o placar das inspirações. Jogadores lendários viraram nomes populares: cerca de 70% dos Rivelinos nasceram na década de 1970, o auge do craque; 64% dos Romários vieram ao mundo nos anos 1990; e 60% dos Neymars nasceram na década de 2010.

Já entre os bebês da geração atual, nomes como Miguel, Helena, Theo e Heitor — todos comuns em novelas de Manoel Carlos — figuram entre os 20 mais registrados.

Mesmo com tantas variações e inspirações, o topo do ranking segue inabalável: Maria e José continuam sendo os nomes mais frequentes no país, com 11,7 milhões e 5,7 milhões de registros, respectivamente.

Ou seja, o Brasil continua sendo o palco de todos os nomes — dos clássicos bíblicos às estrelas da Broadway.

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