Governo dos EUA ainda quer obrigar o Google a vender o Chrome e mudar o Android
Gigante de buscas não conseguiu reverter decisão anterior do Departamento de Justiça, que apontou negócios da empresa como um monopólio ilegal

Em novembro, o Departamento de Justiça recomendou o Google a vender o Chrome, após uma decisão judicial de agosto de 2024 considerar os negócios de busca da empresa um monopólio ilegal.
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Agora, o que era uma recomendação se tornou uma proposta formal, protocolada pelo governo na sexta-feira (7). Segundo o documento, a empresa deve “imediata e completamente alienar o Chrome, juntamente com quaisquer ativos ou serviços necessários para concluir com sucesso a alienação, para um comprador aprovado pelos Autores a seu exclusivo critério, sujeito aos termos que o Tribunal e os Autores aprovarem”.
Além disso, a medida também exige que o Google pare de pagar empresas como a Apple e Moziila para tornar seu buscador padrão em diversos produtos. A Big Tech também deve compartilhar com autoridades parcerias ou colaborações feitas no setor de buscas ou anúncios, o que mostra que o escrutínio sobre a empresa está cada vez maior.
“Por meio de seu tamanho e poder irrestrito, o Google roubou consumidores e empresas de uma promessa fundamental devida ao público — seu direito de escolher entre serviços concorrentes”, afirmou o Departamento de Justiça, como apontou a Wired.
Abrandamento
A recomendação inicial era muito mais pesada do que a atual. A proposta do então procurador-geral Merrick Garland era exigir que a empresa vendesse, além do Chrome, a loja Play Store e o Android — além de sanções ao setor de buscas, IA e publicidade online.
No novo documento, a Play Store será a mais afetada: o Google terá que permitir lojas de terceiros no sistema, e tais lojas devem poder ofertar todos os apps sem pagar para a empresa.
Em sua defesa, o Google alega que as propostas do Departamento de Justiça “continuam indo muito além da decisão do tribunal e prejudicariam os consumidores, a economia e a segurança nacional dos Estados Unidos”.
O juiz federal da Corte Distrital de Columbia, Amit P. Mehta, responsável pelo caso, analisará as propostas até final de abril antes de tomar uma decisão final sobre o futuro da empresa.