Gato sem pelos? Especialistas detalham sobre os felinos da raça sphynx e suas curiosidades

O sphynx, que é conhecido como 'gato egípcio' por conta de sua aparência singular, tem fama de ser parecido com cães, devido ao seu comportamento diferente, se comparado a outros bichanos. Além disso, esses felinos são chamados de 'gato sem pelo', por causa de sua pele enrugada e lisinha, que parece ser livre de fios.

Porém, essa não é uma realidade. Fernando Lopes, comportamentalista e adestrador de animais, desmistifica a fama desses pets não possuírem pelos. "Eles têm uma penugem muito fininha, muito branquinha e quase imperceptível", esclarece.

O especialista ainda conta que o sphynx tem um gênio que não é muito comum entre os gatos, por ser mais dócil. "Muita gente costuma dizer que é o cachorro gato, pelo seu temperamento afetuoso e brincalhão", comenta o adestrador.

Mas Lopes diz que esse apego aos tutores também pode ser um problema. "Ele sofre muito de ansiedade de separação, então, tem quer ter muito cuidado quando adotá-lo. Precisa sempre ter uma presença humana, depois de um certo tempo de vida", orienta.

Livia Romeiro, veterinária especialista em linha de cuidado, concorda com o colega. "Eles são mais interativos e mais ágeis, estão o tempo todo mais ativos", complementa.

Origem e expectativa de vida

Lívia conta que a raça se originou na América do Norte, no Canadá. "As pessoas acham que é originário do Egito, mas, na verdade, é canadense, que se deu origem a partir de um acasalamento que nasceu sem pelo. Essa característica foi uma seleção genética, ou seja, pegaram animais que nasciam sem pelo e foram acasalando", ensina.

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Lopes diz que a raça é chamada de sphynx, por conta da semelhança que esses gatos têm com as esfinges do Egito antigo. O comportamentalista ainda fala que a expectativa de vida desses felinos é de 10 a 15 anos e que possuem um porte médio. "Têm de 3kg a 5kg, no máximo", acrescenta.

Metabolismo acelerado

Livia afirma que os gatos da raça sphynx têm um metabolismo mais acelerado e que isso acontece por conta da falta de pelos. "Como eles não têm a camada de pelo para fazer a manutenção de temperatura corpórea, como os outros gatos e os cães, precisam de um metabolismo mais ágil, que produza mais calor."

"Inclusive a temperatura corpórea de um sphynx é maior, quem não conhece pode até achar que ele está com febre", diz.

Devido a esse metabolismo mais rápido, esses bichanos tendem a comer mais. "Eles precisam consumir mais energia, então, a dieta do sphynx é mais calórica, normalmente", esclarece Lívia.

Cuidados com a raça

Lopes lista algumas precauções que são necessárias tomar com os gatos dessa raça, como a exposição ao sol e a limpeza nas orelhas. "É um animal para ficar mais dentro de casa, que aceita mais as roupinhas e não tem problemas de pele, mas tem de haver muito cuidado com o sol", alerta.

"Um dos problemas que ele pode ter são doenças periodontais [uma inflamação dos tecidos que seguram os dentes], talvez por conta da formação genética, então, é necessário acompanhamento veterinário", avisa o especialista.

Livia informa que toda a parte gordurosa da pele se espalha no pelo nos outros gatos. "Como o sphynx não possui o pelo, essa oleosidade tende a acumular. Normalmente, é um gato que você precisa dar um pouco mais de banhos, do que outros felinos. Indica-se um banho por mês, no máximo um a cada 15 dias."

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É cada vez maior o número de pessoas que escolhem adotar um gato, mas muitas ficam com dúvidas sobre os cuidados com o pet. Apesar da fama de "independente", é importante ter em mente questões fundamentais para a saúde e o bem-estar dele. Por exemplo, as necessidades nutricionais dos bichanos mudam conforme o tempo: enquanto filhotes precisam de mais proteínas, os mais velhos devem reduzir o consumo para não sobrecarregar o organismo. "Deve-se ficar atento à quantidade e qualidade dos alimentos dados aos animais. Não se esqueça de oferecer comidas úmidas, que ajudam na hidratação. Caso opte por uma dieta caseira, o acompanhamento com um profissional nutricionista precisa ser constante", ensina Carla Berl, veterinária fundadora da Pet Care

*Sob a supervisão de Thaís Sant'Anna