População de tigres selvagens cresce no mundo, mas espécie ainda corre risco de extinção
População do felino cresceu 40%, mas o animal ainda corre risco de extinção, principalmente pela ação de caçadores
RPet|Do R7
Os tigres selvagens são 40% mais numerosos no mundo do que se pensava, e a população de Panthera tigris "parece estar se estabilizando ou até aumentando", mesmo que continue sendo uma espécie ameaçada, revelou nesta quinta-feira (21) a União Internacional para a Conservação da Natureza (UICN).
Por outro lado, a borboleta-monarca migratória, uma majestosa borboleta capaz de percorrer milhares de quilômetros por ano para se reproduzir, passou a integrar a Lista Vermelha da UICN, principalmente por causa das mudanças climáticas e da destruição de seu habitat.
A última avaliação da população mundial de tigres que vivem na natureza remonta a 2015, e a nova contagem estimou o número desses felinos com pelo laranja listrado de preto entre 3.726 e 5.578.
O salto de 40% "é explicado por melhorias nas técnicas de rastreamento, mostrando que há mais tigres do que se pensava anteriormente e que o número desses felinos no mundo parece estar estável ou aumentando", escreve a UICN na atualização de sua Lista Vermelha de Espécies Ameaçadas.
"As tendências demográficas mostram que projetos como o Programa Integrado de Conservação do Habitat dos Tigres da UICN são eficazes e que uma recuperação é possível enquanto os esforços de conservação continuarem", observa a UICN, que tem mais de 1.400 organizações-membros.
No entanto, o tigre não está fora de perigo e continua sendo uma espécie ameaçada de extinção.
"As principais ameaças incluem a caça dos tigres e a caça de suas presas, bem como a fragmentação e destruição de seu habitat devido às crescentes pressões da agricultura e dos assentamentos humanos", sublinha a UICN.
"Para proteger esta espécie, é essencial expandir e conectar as áreas protegidas, garantir que sejam geridas de forma eficaz e trabalhar com as comunidades locais que vivem dentro e ao redor dos habitats dos tigres", acrescenta.
Por outro lado, a borboleta-monarca migratória, uma subespécie da borboleta-monarca (Danaus plexippus), viu sua população na América do Norte diminuir "entre 22% e 72% na última década", observa a UICN.
"Esta atualização da Lista Vermelha destaca a fragilidade das maravilhas naturais, como o espetáculo único das borboletas-monarca migrando milhares de quilômetros", comenta o diretor-geral da UICN, Dr. Bruno Oberle, em um comunicado à imprensa.
A extração de madeira, o desmatamento, mas também os pesticidas e herbicidas "matam borboletas e serralha, a planta hospedeira da qual as larvas da borboleta-monarca se alimentam", acrescenta a UICN.
"É doloroso ver as borboletas-monarca e sua extraordinária migração à beira do colapso", ressalta Anna Walker, da New Mexico BioPark Society, que liderou a avaliação da borboleta-monarca.
A população ocidental diminuiu cerca de 99,9% desde a década de 1980. A população oriental, que é maior, diminuiu 84% entre 1996 e 2014.
"A questão de saber se existem borboletas suficientes para manter as populações e evitar sua extinção continua sendo uma preocupação", alerta a UICN.
Para Anna Walker, "há sinais de esperança" na mobilização do público e das organizações para tentar proteger esta borboleta e os seus habitats.
A situação dos esturjões — igualmente migratórios — também está indo de mal a pior, incluindo a da beluga, famosa por suas ovas transformadas em caviar e pela sua carne, segundo esta lista.
"Todas as espécies de esturjão ainda vivas no Hemisfério Norte, também migratórias, estão agora ameaçadas de extinção devido às barragens e à caça", observa a UICN.
Das 26 espécies de esturjão restantes do mundo, 100% estão agora ameaçadas de extinção, um declínio mais acentuado do que se pensava anteriormente devido à caça ilegal ou barreiras à migração.
O esturjão-do-yangtzé (Acipenser dabryanus) passou da categoria Criticamente Ameaçado para Extinto na Natureza. A reavaliação também confirmou a extinção do peixe-espátula-chinês (Psephurus gladius).
"Diz muito que uma espécie que sobreviveu aos dinossauros está fadada ao desaparecimento pelos humanos, que existem por um curto espaço de tempo", afirmou Beate Striebel-Greiter, do Fundo Mundial para a Natureza (WWF), sobre os esturjões.
A Lista Vermelha classifica as espécies em uma das oito categorias de ameaças. Um total de 147.517 espécies foram avaliadas na última versão, 41.459 delas consideradas ameaçadas de extinção. Destas, 9.065 estão criticamente ameaçadas, 16.094 estão em perigo e 16.300 são consideradas vulneráveis.
Criada em 1964, a Lista Vermelha inclui 902 espécies já extintas e 82 espécies extintas na natureza.