O que acontecia na moda quando você nasceu? Historiador e estilista reúne os marcos do século XX

O que será que aconteceu de mais importante para a moda quando você nasceu? Talvez a criação das sandálias Havaianas, ou o auge dos cabelos black power. A resposta está no livro Um Século de Moda (D'Livros Editora), do historiador e estilista João Braga, lançado na segunda-feira (20) na Fundação Armando Álvares Penteado (FAAP), em São Paulo.

Com linguagem simples e texto leve, João Braga reuniu os principais acontecimentos da moda de cada ano, de 1901 a 2001, em um livro para estudantes, pesquisadores e interessados no tema que não necessariamente tenham conhecimentos aprofundados na área.

— Você pode abrir em qualquer página, ler só aquele ano, ou ler sequencialmente, fazer a leitura de uma única década, enfim, a pessoa tem uma liberdade imensa.

Um Século de Moda não fala apenas de vestimentas, mas dialoga com o cinema, o design e a joalheria.

— Às vezes eu pego um tema que pode até parecer banal, mas uso ganchos para fazer a leitura histórica. Tento fazer um texto de fácil leitura justamente para atrair.

O autor fez questão de incluir fatos da moda brasileira, como a criação da centenária rede de lojas Pernambucanas, e afirma que o interesse pelo assunto é imenso no Brasil, país com maior quantidade de escolas de moda do mundo.

— O brasileiro sempre foi um grande consumidor de moda, agora ele encara o tema também com profissionalismo. Design e moda são a bola da vez.

João acredita que há mercado para absorver tantos novos profissionais.

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— Esse questionamento acontece na medicina, acontece em qualquer outra área. Mas para um bom profissional a gente pode ter certeza de que vai ter campo de trabalho.

Questionado sobre a importância dos blogs para a moda, assunto que já rendeu polêmica entre grandes editoras, ele demonstra ver as novas mídias com otimismo.

— É importantíssimo. Pode não ser tão aprofundado, mas é uma realidade de processo de comunicação contemporâneo. Ele é de fácil acesso, extremamente democrático, rápido, atinge qualquer canto do mundo imediatamente, é um caminho sem volta. É uma realidade deste mundo imediatista em que tudo precisa ser para ontem.