Por que é tão difícil tirar resoluções de Ano Novo do papel?
Saiba o que pode estar por trás da dificuldade de alcançar objetivos traçados no início do ano e como mudar isso em 2025
A virada de calendário traz consigo um misto de sensações muitas vezes opostas: por um lado, o entusiasmo de um recomeço e, por outro, a frustração de fechar o ciclo anterior sem ter alcançado os objetivos propostos.
Esses sentimentos, tão característicos desta época de reflexões, vão se dissipando ao longo do ano naturalmente e por diversos motivos: a correria do dia a dia, os problemas que surgem sem prévio aviso e todas as demandas da vida moderna que parecem aumentar a cada ano que passa.
Assim como as emoções vão desbotando com o avançar dos meses, as resoluções e as promessas de Ano Novo vão ficando à beira do caminho. E a pergunta é: por que deixamos de lado as coisas que consideramos importantes e as trocamos tão rapidamente por outras que não trazem qualquer satisfação? Em outras palavras: por que muitos não conseguem cumprir as promessas feitas a si mesmos, por mais que estivessem cheios de certezas de que tudo seria diferente?
Se esse ciclo de promessas não cumpridas tem feito parte da sua vida, é porque o seu cérebro pode não estar acreditando em você. Esta é uma afirmação da neurocientista e mestre em educação, dra. Érica Belon, que descreve o cérebro humano como uma “máquina de repetição”, que registra comportamentos repetitivos e tende a reproduzi-los cada vez mais.
“O que você repete, registrado está. Aquilo que você repete hoje e amanhã tem mais chance de se repetir depois de amanhã também. Se você passou o ano inteiro condicionando o seu cérebro de que você fala e não faz, promete e não cumpre, ele parou de acreditar e riu da sua lista de metas para esse novo ano”, afirma a neurocientista.
A boa notícia é que, assim como condicionamos nosso cérebro às repetições viciosas, também é possível trabalhar de forma contrária. Ao passarmos a cumprir nossas promessas, por menores que sejam, nossa mente pode ser “reprogramada” e voltar a acreditar em nós mesmos.
Para a especialista, é imprescindível que haja também o desenvolvimento de novas competências, pois a mudança de comportamento poderá exigir maior capacitação pessoal e profissional: “De nada adianta dizer que vai elevar o patamar da sua empresa, por exemplo, se não se desenvolveu para ter a competência de um empresário capacitado para essa mudança.”
Para que 2025 seja realmente diferente, tenha em mente que será necessária a implementação de uma rotina diferente – fazendo o que precisa ser feito, havendo vontade ou não – até que o seu cérebro volte a confiar no que você diz e passe a repetir esse novo comportamento de forma mais natural e menos forçosa. Além disso, será preciso ter disposição para desenvolver novas competências e ampliar suas capacidades, alcançando assim, os objetivos almejados.
E são esses dois requisitos importantíssimos que desejo a você neste novo ano que se inicia: determinação e disposição. Todos os dias.
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