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Aprendiz de cozinheira

A crise do azeite de oliva no Brasil: o que você precisa saber

Como continuar consumindo azeite de oliva de forma segura e saudável evitando os produtos fraudados; conheça óleos substitutos e 10 ideias para ter o azeite como protagonista

Aprendiz de Cozinheira|Aline SordiliOpens in new window

Azeite passa por crise no Brasil e no mundo Imagem criada por IA via Leonardo.IA

O Brasil vive a crise do azeite de oliva. Não podemos negar. Desde 2023, os preços foram para as alturas e começaram a aparecer marcas falsas ou até adulteradas nas prateleiras. O bom hábito de colocar o azeite no dia a dia da alimentação ficou duplamente ameaçado.

A atual crise do azeite no Brasil começou com as fraudes que vêm sendo descobertas em várias marcas de azeite de oliva, muitas delas contendo óleos vegetais não identificados e de origem desconhecida.

Essas fraudes comprometem a qualidade dos produtos e representam risco à saúde dos consumidores. Além disso, as empresas envolvidas muitas vezes estão com irregularidades fiscais, como CNPJs suspensos ou baixados, reforçando as suspeitas de práticas fraudulentas.

Segundo o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), 12 marcas de azeite foram desclassificadas após testes que detectaram a presença de outros óleos vegetais misturados ao azeite de oliva.


Essas marcas, como Grego Santorini, Alonso (não confundir com a marca chilena legítima), La Ventosa, por exemplo (veja lista abaixo), foram consideradas impróprias para consumo e a recomendação é que os consumidores interrompam o uso imediato dos produtos.

A adulteração geralmente acontece em território nacional, onde empresas importam azeite a granel e, ao envazar, misturam outros óleos para aumentar a quantidade e reduzir custos. Essa prática de falsificação já levou a suspensão de 27 marcas 2024.


Mas não é só no Brasil que o mercado do azeite está em crise. A crise do azeite de oliva no Brasil tem relação com a crise do produto no mercado internacional. A escassez de azeite de oliva no mercado global é provocada por fatores como mudanças climáticas e redução da produção em grandes países produtores, como Espanha.

A má notícia é que a previsão para que os preços do azeite de oliva voltem ao normal é incerta. Principalmente porque as condições climáticas adversas nas principais regiões produtoras devem continuar, como a seca na Europa, que afeta países como Espanha e Itália.


Além disso, a demanda global está alta, e a recuperação da oferta pode levar algum tempo, dependendo de futuras safras. Isso significa que os preços provavelmente continuarão elevados no curto prazo, sem previsão clara de retorno aos níveis anteriores.

O Ministério da Agricultura recomenda alguns cuidados para evitar azeite falsificado:

  • Desconfiar de preços muito abaixo da média;
  • Verificar se a empresa está registrada no Ministério;
  • Evitar comprar azeite a granel;
  • Conferir a validade e os ingredientes;
  • Preferir azeites com data de envase mais recente.

Veja as marcas proibidas no mercado brasileiro

  • Almazara
  • Alonso
  • AZ Azeite
  • Carcavelos
  • Cordilheira
  • De Alcântara
  • Don Alejandro
  • Escarpas das Oliveiras
  • Garcia Torres
  • Grego Santorini
  • Imperial
  • La Ventosa
  • Málaga
  • Mezzano
  • Olivas Del Tango
  • Ouro Negro
  • Oviedo
  • Pérola Negra
  • Quinta de Aveiro
  • Quintas D’Oliveira
  • Rio Negro
  • Serra Morena
  • Serrano
  • Terra de Óbidos
  • Uberaba
  • Vila Real
  • Vincenzo

Porém, consumir azeite de oliva é muito benéfico para a saúde.

Rico em gorduras saudáveis porque é composto principalmente de ácidos graxos monoinsaturados, que ajudam a melhorar os níveis de colesterol e reduzir o risco de doenças cardíacas. Ajuda a reduzir o colesterol ruim e dá proteção cardiovascular;

Tem propriedades antioxidantes, como a vitamina E e polifenóis, que ajudam a combater inflamações e o envelhecimento celular;

Apoia a saúde cerebral com os ácidos graxos e os antioxidantes, que podem proteger contra doenças neurodegenerativas;

Ajuda a ter uma digestão saudável e melhora a absorção de nutrientes.

Como cozinhar com azeite de oliva

1. O azeite de oliva não deve ser usado em altas temperaturas, porque perde suas propriedades antioxidantes. Por isso, para a sua cozinha do dia a dia, não precisa usar um extra virgem de altíssima qualidade. Pode ser um bom azeite virgem, sem sabor pronunciado;

2. Como não vai bem em altas temperaturas, também não deve ser usado para frituras de qualquer forma;

3. Use o azeite em fogo médio para refogar e saltear vegetais, carnes e temperos. Ele suporta bem essas temperaturas sem perder suas propriedades;

4. Pode ser usado em assados de legumes, carnes ou pães, dando sabor e uma crocância extra;

5. Use azeite cru para temperar saladas, sopas ou pratos prontos, preservando ao máximo seus nutrientes e sabor.

Como substituir o azeite por outros óleos

1. Óleo de coco: bom para cozinhar em altas temperaturas e adiciona um sabor suave;

2. Óleo de abacate: rico em gorduras saudáveis e ideal para fritar e assar;

3. Manteiga clarificada (ghee): boa para cozimento em temperaturas elevadas e rica em sabor (pense bem antes de usar porque o sabor vai ficar muito pronunciado);

4. Óleo de semente de girassol: ótimo para frituras e salteados;

5. Óleo de linhaça ou noz: usado principalmente cru em saladas, devido ao baixo ponto de fumaça (são caríssimos também).

6. Outros óleos: como os vegetais refinados (soja, milho) têm mais quantidades de gorduras poli-insaturadas e podem oxidar mais rapidamente em altas temperaturas, o que compromete a qualidade nutricional e o sabor dos alimentos.

Receitas

1. Azeite aromatizado com ervas: Ideal para temperar saladas ou finalizar pratos. Misture azeite com ervas frescas, como alecrim ou tomilho, e deixe infusionar.

2. Molho pesto: Feito com manjericão fresco, azeite de oliva extra virgem, alho, nozes e queijo parmesão. Pode substituir as nozes por amendoim, amêndoa ou castanha de caju. Se for usar o alho, faça para consumo imediato. O queijo também é opcional.

3. Bruschetta: pão tostado regado com azeite, coberto com tomates, manjericão e alho.

4. Batatas assadas no azeite: batatas temperadas com bastante azeite, sal e ervas.

5. Bacalhau assado ou cozido no azeite: coloque as postas em uma travessa funda e cubra com azeite. Coloque folhas de louro e dentes de alho e leve para assar em forno baixo até ficar macio.

6. Pato cozido em azeite: o famoso confit de pato é a coxa e a sobrecoxa de pato cozida em azeite a baixa temperatura, no fogo, com alho, tomilho e louro para aromatizar.

7. Sorvete de azeite de oliva: uma sobremesa surpreendente, onde o azeite confere uma textura cremosa e um sabor suave, especialmente quando combinado com mel ou frutas cítricas.

8. Bolo de laranja com azeite: Troque a manteiga ou o óleo por azeite para um bolo leve e com uma umidade única.

9. Azeite defumado: crie seu próprio azeite defumado para marinar carnes ou finalizar pratos, adicionando camadas de sabor. Pode fazer de duas formas: colocando uma brasa de carvão dentro do azeite e tampando até esfriar. Ou colocando azeite e a brasa lado a lado, também cobertos com tampa (pode ser uma tampa de queijeira de vidro, por exemplo), para aromatizar.

10. Mousse de chocolate com azeite: combina a suavidade do azeite com o amargor do chocolate.

Tanto o bacalhau como o pato não são receitas boas para fazer nesses tempos de preços altos. Porém, se fizer, vai ter um azeite saborizado para deixar na geladeira e ir usando em preparos que combine.

Os textos aqui publicados não refletem necessariamente a opinião do Grupo Record.

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