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Não aceite doce de estranhos: o risco de se ignorar conselho antigo

Caso da menina Lorrana, supostamente envenenada ao aceitar um pirulito no trem, é alerta para quem acha que isso só acontece em filme

Blog da DB|Do R7 e Deborah Bresser

Lorrana, pelo jeito, aceitou doce e foi envenenada
Lorrana, pelo jeito, aceitou doce e foi envenenada

Não sei vocês, mas cresci ouvindo que não era para falar com estranhos na rua, não aceitar doce de ninguém, não beber no copo dos outros, ficar de olho na sua bebida na balada e jamais entrar no carro de alguém que não se conheça.

Claro que em tempos de aplicativos de transporte, muita gente brinca, dizendo que fazemos tudo o que as mães diziam para não fazer: entramos no carro alheio e aceitamos balinha. Sinal dos tempos.

Infelizmente, os alertas dos antigos continuam mais válidos do que nunca. O triste caso de Lorrana Madalena da Luz Manoel, de 14 anos, que morreu na quarta-feira (23), aparentemente com sinais de envenenamento após ter aceitado um pirulito de uma desconhecida no trem, em São João de Meriti, na Baixada Fluminense, é um pesadelo para qualquer família.

A menina voltava de um curso e, ao se encontrar com a mãe, em Duque de Caxias, disse estar com fortes dores de cabeça. Lorrana avisou que havia aceitado o doce no trem. O quadro se agravou, Lorrana foi levada ao Pronto Socorro, mas acabou morrendo. A suspeita é de que tenha sido envenenada. Agora é preciso aguardar o exame toxicológico realizado pelo IML (Instituto Médico Legal) para confirmar a causa da morte. 


RJ: menina morre horas após aceitar pirulito de desconhecida em trem

O que, afinal, poderia levar uma desconhecida a envenenar uma menina de 14 anos? Difícil ter essa resposta, mas a sabedoria de mães e avós nunca duvidou que essas tragédias pudessem ocorrer. Mais do que um conselho, não aceitar doce de estranho era uma ordem. Guluseimas sempre foram usadas como isca para crianças de qualquer idade. Elas se encantam por uma bala, um chocolate ou um pirulito e acabam acompanhando o estranho que faz a oferta para onde for. 


Parece alarmante, mas a regra é básica e funciona. Evita que seu filho faça qualquer coisa para ganhar um doce. Vale também para os mais jovens, que saem dando golinhos na bebida dos outros e podem acabar dopados e inconscientes. Não adianta imaginar que as pessoas não são tão cruéis, que isso é coisa de novela, de filme. Não é. Existe. Gente para fazer o mal é o que não falta. 

É horrível viver nesse clima de desconfiança, de não se poder acreditar em um ato de generosidade real, mas, infelizemente, é o que tem pra hoje. Os filhos vão reclamar, dizer que é exagero, mas continue insistindo em educá-los para que não caiam na conversinha de ninguém. Para que não falem com estranhos. Não aceitem doces. Não se tornem vulneráveis. E voltem pra casa em segurança. 

Os textos aqui publicados não refletem necessariamente a opinião do Grupo Record.

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