Rebeldes sem causa: tatuagem não é mais um símbolo de transgressão
A imagem do corpo do chef Henrique Fogaça todo fechado de desenhos é só mais uma prova de que a prática perdeu a pecha de "coisa errada"
Blog da DB|Do R7 e Deborah Bresser
Um corpo todo tatuado pode até causar algum reboliço nas redes sociais, como ocorreu com a imagem postada pelo chef Henrique Fogaça nesta terça-feira (1). Mas está longe de ser identificado como um símbolo de rebeldia. Tatuagem, quem diria, virou algo trivial.
A tatuagem é o resultado de um depósito de pigmentos coloridos (ou não) insolúveis na pele. Esses pigmentos formam um desenho e permanecem definitivamente na camada sub-cutânea. A técnica mais comum injeta os pigmentos com o uso de agulhas especiais na segunda camada do tecido epitelial (pele), na região da derme.
O curioso é ver que os desenhos gravados no corpo, que sempre geraram polêmica e chegaram a ser recebidos com preconceito, são tão antigos quanto a própria humanidade. Segundo sites especializados no tema, o registro mais antigo de uma tatuagem foi descoberto em 1991 no cadáver congelado de um homem da Idade do Cobre.
Os restos mortais do homem datam de 3.300 anos antes de Cristo. Em seu corpo foram encontradas diversas linhas na região das costas, tornozelos, punhos, joelhos e pés, que teriam sido criadas a partir da fricção de carvão em cortes verticais feitos na pele.
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Há registros da prática em egípcios e romanos, entre os soldados das cruzadas, nos povos orientais, com com diferentes finalidades, como rituais religiosos, identificação de grupos sociais, marcação de prisioneiros e escravos, ornamentação e até mesmo camuflagem.
A tradição foi redescoberta em 1769, quando o capitão britânico James Cook desembarcou no Taiti, onde a palavra “tatau” era usada para designar a maneira com que a tatuagem era feita – fazendo a tinta penetrar no corpo. Em 1891, o inventor americano Samuel O’Reilly patenteou a primeira máquina elétrica de tatuagem do mundo.
Ao longo da história, a tatuagem ficou marcada como uma forma de expressão de grupos de contracultura, marinheiros, presidiários e veteranos de guerra. Hoje, não existem mais guetos. O preconceito se dissolveu no tempo. Pessoas das mais variadas culturas, idades e etnias carregam imagens na pele. É uma forma de expressão individual. Não causa mais espanto.
Pouquíssimos pais vão criar confusão se um filho disser que vai fazer uma tatto. Ao fazer 18 anos, a primeira providência de muitos e cravar um desenho na pele. Da patricinha ao mano, todo mundo que quiser pode ostentar uma tattoo e tudo bem. Os rebeldezinhos precisam achar outro caminho. Tatuar o corpo não choca mais ninguém.
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