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Seis meses da minha melhor escolha: a jornada começou com o primeiro passo

Como a cirurgia bariátrica me libertou da dor crônica e me levou até minha primeira corrida

Obesidade sem Tabu|Mariana VerdelhoOpens in new window

O primeiro passo começa na vontade de mudar Inteligência artificial/ChatCopilot

Durante meses, acordar era sinônimo de dor. Antes mesmo de abrir os olhos, meu pé esquerdo já gritava. A fascite plantar me acompanhava como uma sombra — silenciosa, persistente, cruel.

Em janeiro de 2024, tentei mais uma vez mudar de vida. Comecei dieta, voltei para a academia, tentei correr — ou melhor, trotar. Mas bastaram alguns dias para a dor se intensificar. Procurei um médico às pressas, porque estava prestes a viajar e sabia que iria andar muito.

No pronto-socorro, recebi uma injeção de corticoide, pedidos de fisioterapia e ressonância magnética. O diagnóstico veio como um combo: fascite plantar, tendinite crônica de calcâneo e inflamação nos ligamentos.

Fiz algumas sessões de fisio antes da viagem e embarquei com a injeção ainda fresca no corpo. Foram 15 dias de alívio — o suficiente para andar pela Europa. Mas antes da viagem acabar, a dor voltou.


Voltei à fisioterapia. Duas vezes por semana, o ano inteiro. Injeções a cada dois meses. E nada. A dor não ia embora. Eu me sentia presa, frustrada, ansiosa.

A fisio sempre dizia: “Eu estou fazendo a minha parte, mas você precisa emagrecer. O seu peso está destruindo a sua fáscia.”


Eu sabia. Sabia que o emagrecimento viria mais pela alimentação do que pelo exercício. Mas não conseguia. A obesidade estava travando meu corpo — e minha vida.

Foi aí que decidi procurar a Dra. Carina Fernandes, cirurgiã bariátrica e membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica (SBCBM). Minha maior queixa não era pressão alta, nem diabetes. Era a dor no pé. A dor que me impedia de viver com liberdade.


Dr. Juliano Canavarros, presidente da Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica (SBCBM) ARQUIVO PESSOAL

No processo pré-operatório, conversei com vários pacientes. Conheci a Mariana Andrade, que também tinha fascite plantar. Ela me disse que, após emagrecer 7 kg, a dor já tinha diminuído bastante. Aquilo me deu esperança. Eu só pensava: preciso me livrar dessa dor.

Segundo o presidente da SBCBM, Dr. Juliano Canavarros, muitos pacientes chegam ao consultório com fascite plantar. Alguns, de muleta. A fáscia entra em estresse com o peso e inflama. Ele me disse algo que eu nunca tinha pensado:

“Você já ouviu algum médico dizer ‘vamos esperar o câncer crescer para operar’? O preconceito contra a obesidade é tão grande que, quando alguém decide operar, sempre escuta: ‘mas você nem era tão gorda assim’.”

Pois é. Meus 101 kg — com IMC de 35 — já tinham tirado minha qualidade de vida. Só quem sente dor ao acordar entende o que isso significa.

No dia 05/03/2025, fiz a cirurgia. E logo nos primeiros dias, percebi algo diferente. Eu acordava e... não sentia dor. Era como se meu corpo estivesse me devolvendo a liberdade.

O dia que corri sem dor ARQUIVO PESSOAL

Sem dor, comecei a treinar pelo menos quatro vezes por semana, com foco em ganhar massa magra, perder gordura e manter o corpo ativo. O Dr. Juliano comentou que, durante o Congresso Mundial de Cirurgia Bariátrica e Metabólica – IFSO 2025, realizado no Chile, foram apresentados casos em que alguns pacientes já iniciam exercícios de resistência três dias após a cirurgia, para preservar a massa magra.

Ele também disse algo que me tocou profundamente: “Quem sofre com a obesidade geralmente está calado no meio da família, com vergonha. O obeso precisa entender que não é culpado. Ele tem hormônios que trabalham contra ele. Precisa tratar a obesidade como uma doença e prevenir antes que grandes manifestações aconteçam.”

Foi exatamente isso que eu fiz. Procurei ajuda. Fiz a cirurgia. Sem dúvidas. Sem arrependimentos. A MINHA MELHOR ESCOLHA.

Hoje, 193 dias depois, comemoro uma vitória que parecia impossível: corri por 30 minutos sem parar. Quando terminei, “endorfinada”, com o coração acelerado, senti vontade de chorar. Me emocionei com a conquista. E me inscrevi para uma prova de corrida de rua, em novembro.

Se não tivesse feito a cirurgia, ainda estaria com dores no pé. E só sonhando com o dia em que pudesse correr ao lado do meu marido.

Agora, eu corro. E corro sem dor.

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Os textos aqui publicados não refletem necessariamente a opinião do Grupo Record.

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