Patrícia Costa relembra drama com o filho: 'Meses de choro e angústia'
Apresentadora do 'Domingo Espetacular' contou com detalhes o tratamento médico que tem feito com o herdeiro, Pedro, diagnosticado com braquicefalia
Famosos e TV|Aurora Aguiar, do R7
Patrícia Costa, apresentadora do Domingo Espetacular, da Record TV, ainda se emociona toda vez que se lembra do momento que descobriu que o filho Pedro, de 8 meses, foi diagnosticado com braquicefalia posicional — assimetria craniana, também conhecida com síndrome da cabeça chata do bebê. Sentada em uma das poltronas da casa no Brooklin, bairro da zona sul de São Paulo onde mora com o marido, o empresário André Monteiro, ela seca as lágrimas que ainda insistem em cair ao falar sobre o assunto, e confessa que por um momento se sentiu culpada por não ter descoberto o problema antes.
"Senti raiva de mim, raiva das pessoas que estavam ao meu redor, porque é assim, quando se é mãe de primeira viagem, as pessoas dão muitos palpites, palpites de todas as ordens que você nem pode imaginar. E eu pensava 'por que nenhum bendito me falou para deixar o Pedro de lado?', conta.
Patrícia explicou que, de dez anos para cá, a AAP (Academia Americana de Pedriatria) e a SBP (Sociedade Brasileira de Pedriatria) recomendam que todo bebê, quando colocado no berço, deve ficar de barriga para cima e nunca de lado ou de bruço, pois estudos já mostraram que o procedimento evita morte súbita. "Mas o médico, nem ninguém, me orientou que, durante o dia, eu deveria ficar mudando a cabeça dele de posição".
Foi em dezembro de 2018, quando Pedro completou quatro meses, que a jornalista descobriu o achatamento na cabeça do filho."Foi observando, olhei para ele e vi que a cabeça dele estava muito reta atrás".
Patrícia disse que a questão não é apenas estética e explicou que, quando o problema não é tratado, a deformação no crânio pode levar a criança a ter problemas de visão, audição e na mandíbula.
A apresentadora, então, voltou ao pediatra para buscar ajudar. Num primeiro momento, ela aderiu ao método de reposicionamento em casa, que inclui mais tempo de colo. Na hora de dormir, deixar a criança de lado usando uma touca específica — chamada turtle — e uma almofada com furo no meio quando se está no carrinho ou no trocador. "Isso é que as mães devem fazer para evitar o achatamento nos primeiros meses de vida, que é quando a cabeça é mais 'mole'", explica a jornalista.
Passado um mês, com uma melhora de 70%, Patrícia decidiu, após muita reluta, aceitar uma segunda recomendação do pediatra. Pedro faria uso de uma órtese para corrigir a assemetria craniana. "A princípio, me deu uma certa angústia. Era dezembro e fazia muito calor em São Paulo. Eu olhava para aquilo e já sentia o desconforto que ele poderia ter, pois teria de usar 23 horas por dia. Só tirar para tomar banho e fazer a higienização", conta.
Diferente do que a apresentadora esperava, Pedro aceitou bem o capacete. "A criança é muito mais resiliente que a gente. É tão bonitinho ele colocar, ele já sabe que tem que botar e dá cabecinha para a gente por. No primeiro dia ele estranhou um pouco, mas depois ele deu muita risada quando descobriu que podia bater a mãozinha no capacete e ouvir o barulho. Foi muito mais traumático para mim do que para ele", relembra.
Exposição nas redes sociais
O primeiro post com Pedro usando capacete foi compartilhado pela apresentadora no Instagram no dia 19 de março. "Começamos o tratamento hoje, ele está sorrindo e eu também. Mas foram meses de angústia e choro até decidirmos aderir ao tratamento", escreveu ela na legenda da foto.
Patrícia contou que ficou com medo de ser julgada, pois, como jornalista, segundo ela, teria obrigação de saber tudo e com profundidade. "Medo de acharem que eu não tinha informação, de que eu não fosse uma mãe tão cuidadosa como no fundo eu sei que sou. Mas, por outro lado, alguém precisava falar para essas mães sobre o assunto. E, a partir daí, muitas delas começaram a me seguir na internet depois da gravidez", disse. "E, quer saber? Postei porque se eu tivesse lido [sobre braquicefalia] em algum momento, meu filho não estaria passando por isso".
Trabalho versus maternidade
Assim como tantas mães que trabalham e já tiveram seus filhos, Patrícia, do mesmo modo, vivencia a dupla jornada. Hoje, a apresentadora ri quando se lembra do dia que voltou a trabalhar após a licença-maternidade. "No primeiro dia, eu fui chorando. É um turbilhão de coisas. Deixar o filho em casa foi uma coisa muito ruim. Parecia que eu tinha ido e um pedaço de mim tinha ficado. Não achei que fosse ser tão duro. Mas sei que isso faz parte do processo", conta.
Aceita que dói menos
Com 38 anos recém-completados, Patrícia Costa disse que não teme de forma alguma a chegada dos 40. Conta que já foi mais cuidadosa e vaidosa, mas que, com Pedro, "essas coisas" ficaram um pouco de lado. "Desde que a médica me liberou para atividade física, eu voltei para a academia. Antes, eu ia todos os dias, agora vou duas, três vezes por semana. Cuido da alimentação, mas sem neuroses. Como doce, tomo um vinhozinho... gostaria de ser mais magra, porque acho que para a TV fica mais bonito. Mas o meu biótipo não ajuda, então, estou naquela fase: ‘aceita que dói menos’", contou ela aos risos.
Ainda sobre cuidados, Patrícia assume todas as vezes que aplicou botox como prevenção contra flacidez na parte debaixo dos olhos. "Plásticas, não. De resto, estou em paz com as coisas que estão acontecendo comigo, que fazem parte do processo de envelhecimento. E, no mais, tento ter disciplina de passar os creminhos que a dermatologista me passou", explicou.
Preconceito em relação a beleza
Com 62 quilos bem distribuidos em 1,68 cm, a apresentadora do Domingo Espetacular também falou sobre a questão do preconceito em relação à beleza. A visão de Patrícia sobre o assunto vai além. "Acho que toda mulher sofre [preconceito, independentemente da beleza. Primeiro porque tem que provar mais do que o homem a competência dela em diversos fatores. E sempre há um questionamento: ‘por que ela está ali?’ Como se não fosse a competência dela que tivesse levado ela à posição que ela está". diz.
"No meu caso específico, eu sempre procurei estudar. Além do diploma de jornalismo, tenho pós-graduação em gestão ambiental, um assunto que gosto muito", acrescenta.
"E, em relação a Record TV, acho que ninguém ali pode ser caracterizado somente como apresentador, porque é a televisão que colocou o improviso no ar. A emissora confia naquilo que você vai falar. Ela te dá carta branca para fazer isso. Então, se você não tiver competência, não tiver conteúdo, não tiver o que perguntar, não ser uma pessoa informada, você não consegue se manter como apresentadora no modelo que o canal tem hoje, seja ela em qualquer programa", conta.
Amor pela velocidade
Depois do filho, Pedro, e do marido, André, são as motocicletas a grande paixão da jornalista. Patrícia não pilota, mas diz que não recusa um só convite do companheiro quando o assunto são duas rodas e estrada.
Antes do filho nascer, Patrícia e André realizaram muitas viagens. A mais emocionate, diz ela, foi a vez que eles foram até o Uruguai, onde enfretaram um clima de -7°C. "Quando eu subi, foi uma sensação de liberdade, o vento na cara. É um transporte que não te distrai. Então é só você e a paisagem, você e o vento. Um momento de reflexão muito prazeroso", garante ela.