Renato Sertanejeiro largou emprego para virar influenciador sertanejo
Após ser demitido e investir FGTS no projeto, ele viu canal ir de dez mil para mais de meio milhão de seguidores
Música|Do R7
Embora seja o estilo musical mais ouvido do Brasil, o sertanejo ainda não gera um forte mercado de influenciadores, mídia especializada ou moda no país.
Os projetos com esses perfis surgiram quase todos nesta década e são quase todos pequenos. Mas apesar de ser ainda pouco explorado, esse ramo já começa a ser estruturado.
Com 540 mil seguidores no YouTube, Renato Sertanejeiro é um dos primeiros influenciadores digitais que apostou no estilo.
Segundo ele, a decisão de largar o emprego formal numa empresa de telefonia foi uma decisão acertada, já que ao investir nesse mercado, acabou gerando um pequeno império que também conta com grife e canal de transmissão de lives (surgido por conta da pandemia). "Quando tomei a atitude de atuar nesse campo, pensei em criar canal de esporte ou sobre o sertanejo. Mas de esporte eu teria muitos concorrentes, já no sertanejo quase nenhum, pois a única referência nesse sentido era o canal Blognejo", explica.
Para Renato, existia um público interessado em saber sobre fofocas de camarim, exigências dos famosos e ver entrevistas com os artistas fora daquele padrão mais engessado da TV. "Eu tinha certeza que daria certo, mas no primeiro ano tive só dez mil seguidores. Precisei persistir para dar certo, porque não foi fácil e nem rápido como eu pensava", admite.
Porém, quando ele se dedicou exclusivamente ao negócio, o canal deslanchou no YouTube e ele começou a expandir as atuações. "Percebi que o público sertanejo também tinha carência para adquirir produtos usados pelos ídolos, como botas, chapéus, camisas, calças. Então criei uma linha de roupas, que teve uma aceitação bem positiva. Como fã do estilo, a gente percebe que muitas vezes esse tipo de produto e mercado não são explorados pelos artistas. Alguém precisa tornar essa demanda em algo concreto. E eu fui lá e fiz", comenta.
Renato admite que o sonho inicial de ser um canal mais informativo acabou ganhando outra proporção e a pandemia do novo coronavírus tem impacto nesse propósito. Isso porque o empreendedor viu que o espaço criado nas redes serviu para que ele se transformasse num canal de lives para artistas pequenos e médios que não tinham redes sociais tão amplas. "Muita gente fica presa apenas nos grandes nomes, mas é preciso olhar esse cara menor, que até tem com investir na carreira, mas não tem espaço para aparecer", garante.
Ainda de olho nos projetos que ficam em segundo plano no sertanejo, Renato aposta que, depois da pandemia, poderá ganhar espaço também na transmissão de rodeios menores, que não têm a projeção de Barretos, Americana ou Itu, por exemplo. "Muitas festas, eventos e artistas precisam ter projeção, mas o mercado muitas vezes só cita e expõe as mesmas coisas de sempre. Quero ser o representante e veículo para esses projetos e artistas menores que também querem aparecer", determina.