Adeus a uma lenda: Connie Francis, voz de gerações, morre aos 87 anos
Voz de clássicos como ‘Stupid Cupid’ e ‘Pretty Little Baby’ deixa um legado eterno na música pop após décadas de glória e superação

A música perdeu uma de suas vozes mais emblemáticas com a morte de Connie Francis, aos 87 anos. A artista, que marcou profundamente as décadas de 1950 e 1960 com sucessos como Stupid Cupid, Who’s Sorry Now e Pretty Little Baby, faleceu na noite desta quarta-feira (16), conforme comunicado de seu amigo Ron Roberts, presidente da gravadora Concetta Records.
A causa da morte não foi divulgada, mas sabe-se que ela estava hospitalizada recentemente devido a dores intensas.
Nascida Concetta Franconero em Newark, Nova Jersey (EUA), em 1937, Connie começou a cantar ainda criança e rapidamente se destacou em concursos de talentos. Sua carreira profissional teve início em 1955, quando assinou contrato com a MGM Records. Embora seus primeiros lançamentos não tenham tido grande repercussão, tudo mudou em 1958 com a gravação de Who’s Sorry Now.
A canção ganhou notoriedade após ser apresentada por Dick Clark no histórico programa American Bandstand, impulsionando Francis ao estrelato.
A partir daí, sua trajetória foi marcada por uma sequência impressionante de sucessos. Ela se tornou a primeira mulher a alcançar o topo da Billboard Hot 100, com a música Everybody’s Somebody’s Fool, e foi também a primeira artista feminina a emplacar três músicas no primeiro lugar das paradas.
Seu repertório incluía baladas românticas, canções dançantes e versões em diversos idiomas, como italiano, alemão, espanhol e até português — incluindo uma adaptação da música brasileira Deixa Isso Pra Lá, do saudoso Jair Rodrigues.
E por falar em Brasil, o sucesso Stupid Cupid ganhou uma badalada versão em português intitulada Estúpido Cupido em 1959 através da voz de Celly Campelo, se tornando a efeméride do rock no país.
Além da música, Connie também se aventurou no cinema, estrelando filmes como Where the Boys Are e Looking for Love. Sua imagem de jovem doce e talentosa conquistou fãs ao redor do mundo, tornando-a uma das artistas mais queridas da era pré-Beatles.
No entanto, sua vida pessoal foi marcada por desafios profundos. Em 1974, ela foi vítima de violência sexual em um motel, episódio que a levou a um processo judicial contra a rede de hospedagem e a uma longa batalha contra a depressão. Esse trauma, somado à perda de seu irmão em um crime relacionado à máfia, abalou profundamente sua saúde mental.
Francis passou por internações psiquiátricas e chegou a tentar o suicídio. Mesmo assim, encontrou forças para continuar sua carreira e compartilhar sua história em livros autobiográficos como Who’s Sorry Now (1984) e Among My Souvenirs (2017).
Em 2018, ela anunciou oficialmente sua aposentadoria, mas sua influência permaneceu viva. Em um fenômeno inesperado, a música Pretty Little Baby, lançada em 1962, viralizou no TikTok mais de seis décadas depois, conquistando milhões de reproduções e apresentando sua obra a uma nova geração. Em resposta, Connie se juntou à plataforma e agradeceu emocionada pela recepção calorosa dos fãs.
Seu apelo artístico continuou incólume através dos anos e adentrou no século XXI com suas músicas Pretty Little Baby e Stupid Cupid viralizando na plataforma de vídeos curtos, onde o acesso é realizado em grande parte por jovens, o que auxilia na perpetuação da obra da artista.
Com mais de 200 milhões de discos vendidos e uma carreira que atravessou fronteiras e gerações, Connie Francis deixa um legado que transcende o tempo. Sua voz, marcada por emoção e autenticidade, continuará ecoando nas playlists, nas redes sociais e nos corações de quem a ouviu — seja nos anos dourados da música pop ou nos vídeos virais da era digital.
A morte de Connie Francis representa o fim de uma era, mas também reforça a imortalidade de sua arte.
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