“É um momento de eu me colocar mais nas músicas”, diz Samuel Rosa em entrevista exclusiva
Cantor, compositor e expoente do pop rock nacional falou com o Backstage antes de seu show em Brasília, no último domingo (27)

Samuel Rosa, um dos grandes expoentes do pop rock nacional e que durante décadas foi a voz da banda mineira Skank, se apresentou pela primeira vez no festival Capital Moto Week que está acontecendo em Brasília (DF).
O show do artista ocorreu no último domingo (27) e momentos antes de subir ao palco da cidade brasiliense, ele conversou com exclusividade com o Backstage para falar sobre os desafios de sua carreira solo, bem como de seu mais recente trabalho de estúdio, Rosa.
RESUMO DA NOTÍCIA
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Sobre a primeira impressão do cantor em tocar em um festival de moto e rock em sua nova fase como artista solo, questionei o cantor qual seria a sensação em apresentar suas novas composições a um público que talvez ainda não tivesse um contato com o seu trabalho. Samuel Rosa respondeu:
“Eu não escolho o público cara, assim, eu acho de certa forma muito interessante eu estar num gueto, talvez não seja tão óbvio para uma banda de rock clichê que tem que estar aqui, não necessariamente, eu fico mais reflexível até com a escolha deles do que eu mesmo estar aqui. Eu tô aqui, eu tô com a minha música, eu levo aonde precisar, aonde tiver gente querendo ouvir minha música, eu estarei. Eu estava agora no interior de Minas Gerais, na zona da mata, um lugar chamado remoto chamado Recreio, uma cidade pequena e tinha muita gente lá para escutar para ver o show. Acho isso incrível! Você tá no lugar onde se você for para um lado de um pensamento óbvio, literal, “ah, não é pra estar ali”, não estou para estar em nenhum tipo de seguimento, rótulo ou nomenclaturas e tal. Acho bom que hoje tenha diante de mim a possibilidade de tocar para uma plateia que, talvez, em outras circunstâncias, não me ouviria. Quem sabe não é essa a chance de convencê-los! (risos)“.

Em outro momento, sugeri uma reflexão ao artista, de como seria o desafio de uma carreira solo e a pressão que isso poderia oferecer a ele, algo que poderia ser completamente diferente quando era integrante do Skank.
“Foi um baita exercício né? Mas continua sendo o meu ofício. Estar na estrada rodando o Brasil, fazendo shows, depois ir para o estúdio criar, até uma pessoa me perguntava “pô você deve dar agora externamente tem uma pressão agora, os olhares estão voltados para você né na hora de fazer um disco novo!”. Eu disse: “Mas no Skank existia essa expectativa enorme e eu estava a cargo das composições. Não é muito diferente”. Então, o disco saiu, entrou em várias listas dos discos sublinháveis de 2024, entrou na lista dos 50 melhores discos do ano pela APCA, ficamos entre os seis melhores discos do Prêmio Multishow, enfim. A diferença básica que eu sinto que houve nesse projeto agora é que as rédeas estavam todas nas minhas mãos, diferente do Skank, onde ali eu não respondia sozinho. Agora eu tenho uma baita banda comigo mas eu sou responsável pelas escolhas. E foi um ótimo exercício. E foi um ótimo momento de eu me colocar mais nas músicas. Daí a opção de escrever algumas letras, escrevi quase a metade do disco, os arranjos, participei da produção. Então é um disco muito pessoal, muito particular mesmo".
E buscando um recorte do início de carreira de Samuel Rosa com o artista que ele é nos dias atuais, o cantor mineiro refletiu toda a sua trajetória e divagou: “Eu fico pensando também às vezes olhando de fora se eu como consumidor de música me consumiria ou consumiriam o Skank. Eu acho que o lá de trás sou eu hoje! Eu tenho sempre essa mania de ter um pouco de nostalgia, de pensar naquele começo, de como era. Se aquele Samuel iria gostar do som que eu faço hoje, talvez ele gostasse de umas coisas, outras não, eu fico pensando também às vezes olhando de fora se eu como consumidor de música me consumiria ou consumiriam o Skank, eu tenho sempre essa viagem e tal, mas eu acho cara que eu tenho uma uma única convicção: eu acho que eu fiz o melhor, o meu melhor o que era possível fazer nesse tempo todo. Talvez uma coisa em outra pudesse melhorar, mas não iria além do que eu consegui ser ao longo desse tempo”.
Show de Paul McCartney trouxe reflexão a Samuel Rosa enquanto gravava ‘Rosa’

“E foi uma epifania que vivi aqui mesmo, vendo o show do Paul McCartney quando ele tocou para 300 pessoas, eu tava aqui e eu vi ele tocando ‘Hey Jude’ com uma emoção. Um senhor de 82 anos de idade tocando uma música se rendendo ao poder de uma música que ele fez com 28 anos de idade e eu estava prestes a começar a gravar meu disco e eu pensei: “É isso, não dá para ser mais do que a gente é não!” O Paul ainda se rende a ‘Hey Jude’, que ele fez com 28 anos de idade, então assim a gente não tem muito controle, cara, é tudo um pouco maior do que a gente pensa! A gente não é tão “senhor da situação” como a gente pensa!”
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