Dani Moreno fala sobre doença crônica, luto e solteirice: ‘Hoje só entra na minha vida quem soma’

Quem pensa que Dani Moreno vai tirar férias após o fim de Paulo, o Apóstolo, em que interpretou a personagem Priscila, está muito enganado. Além de atriz, ela é proprietária de uma empresa focada em alimentação vegana e ativista da causa animal, e usa as redes sociais para divulgar tais temas. “Procuro sempre passar conteúdos positivos”, declara, em entrevista exclusiva ao blog.

Prestes a completar 40 anos em novembro — mas com uma carinha de eterna adolescente —, Dani assume que a proximidade da nova idade traz reflexões e questionamentos. “A gente começa a colocar absolutamente tudo na balança; relógio biológico, perdas e ganhos, carreira, estabilidade”.

Apesar disso, Dani encara a vida de uma maneira leve, ainda mais após passar por dois baques em 2021, quando foi diagnosticada com espondilite anquilosante — uma doença inflamatória crônica que afeta a coluna vertebral —, apenas duas semanas após perder a mãe. “A princípio, [foi] um choque. Em seguida, negação. E depois, finalmente, a aceitação e o processo de estabilização da doença. [...] No fim das contas, é só uma condição que hoje não me assusta, nem me conduz”, afirma.

Solteira desde janeiro, a atriz brinca que é da “turma que está sempre paquerando”, mas que os possíveis pretendentes têm que valer a pena. “A essa altura do campeonato, tem que ser pra somar. Tem que ser bom de verdade”, diz.

Confira a entrevista com Dani Moreno:

Atuar em ‘Paulo, o Apóstolo’

“Foi transformador. Levo comigo a força da fé de cada personagem.”

Revisar o luto

“Assistir ao último suspiro da minha mãe me fez entrar em depressão. Que é justamente a depressão pós-luto que acomete Priscila. Busquei coragem e revisitei esse espaço dolorido da minha memória. Coloquei a música que ela ouvia no dia em que partiu e fiquei por aproximadamente uma hora me preparando com essa música no repeat, até acessar a profundidade que as cenas e a personagem pediam. Para minha surpresa, percebi que esse buraco foi preenchido com amor e gratidão. Foi, realmente, um processo muito bonito.”

Abraçada pelo público e responsabilidade nas redes

“É muito bom saber que o meu trabalho toca corações. Ainda mais com uma história tão importante, onde tanta gente se identifica. Quem nunca passou por momentos difíceis? Priscila traz esperança de dias melhores, e acredito que esse tenha sido o fator determinante para que ela fosse tão querida.[...] Entendo minha responsabilidade [com o que posta] e a assumo. Procuro sempre passar conteúdos positivos.”

Diagnóstico de doença crônica

“A princípio, [foi] um choque. Em seguida, negação. E depois, finalmente, a aceitação e o processo de estabilização da doença. Graças a Deus, eu tenho uma reumatologista extremamente competente e muito carinhosa, a Dra. Ísis Reis. Ela me diagnosticou e nunca soltou da minha mão. É importante ter pessoas como ela ao redor na hora de um diagnóstico tão impactante. A espondilite transformou minha vida para melhor porque, a partir do diagnóstico, precisei estabelecer uma rotina saudável e de exercícios que antes eu não tinha. No fim das contas, é só uma condição que hoje não me assusta, nem me conduz.”

Proximidade dos 40

“Parece bobagem, mas a gente começa a colocar absolutamente tudo na balança; relógio biológico, perdas e ganhos, carreira, estabilidade. Em compensação, está me fazendo colocar os pés no chão e começar a pensar com mais firmeza nos meus próximos anos. A gente vai resolvendo as coisas de maneira mais assertiva, me parece.”

Solteirice

‘Confesso que não sou de ficar solteira e já estou sozinha desde janeiro deste ano. Para mim é muita coisa! Eu sempre fui de emendar um relacionamento no outro. Já passei pela fase tristonha, carente, e agora eu estou na fase de entender que para entrar na minha vida, a essa altura do campeonato, tem que ser pra somar. Tem que ser bom de verdade, que seja mais maduro, assim como minha fase de vida. E sim, eu sou da turma que tá sempre paquerando [risos].”

Amante dos animais e veganismo

“Essa causa [dos animais] me motiva todos os dias a ser uma pessoa melhor. Ser, de alguma forma, a voz de quem não a tem. O veganismo expandiu minha compaixão e meu horizontes. Hoje, além da minha carreira como atriz, empreendo um mercado vegano delivery no Rio de Janeiro, que leva para as pessoas comida vegana gostosa e acessível. Porque eu acredito que a melhor forma de ativismo é através do paladar.”

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