Com violência extrema e humor mórbido, ‘Terrifier 3′ se mostra ainda mais visceral
Sequência de terror traz de volta Art, o Palhaço às telonas nesta quinta (31)
Cine R7|Giovane Felix
Não é à toa que Terrifier 3 tem causado um burburinho antes mesmo de sua estreia nas telonas. Com um marketing intenso e relatos de espectadores que abandonaram as salas de cinema e vomitaram na pré-estreia, o longa já é considerado um dos mais perturbadores do ano. E de fato é!
As cenas de violência extrema e o gore excessivo são marcas registradas da franquia desde o primeiro filme. Aqui não é diferente. O novo capítulo não poupa o público da carnificina. Pelo contrário, durante as duas horas de exibição se mostra ainda mais visceral que os seus antecessores, com cenas agonizantes e bastante gráficas.
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Com estreia marcada para esta quinta-feira (31), o terror trash do diretor Damien Leone traz de volta o palhaço Art, personagem que se consagrou como um dos grandes assassinos recentes do subgênero slasher. Na trama, acompanhamos o retorno do vilão interpretado por David Howard Thornton, que após os acontecimentos do segundo filme, busca vingança contra a sobrevivente do longa anterior Sienna Shaw (Lauren LaVera), enquanto promove um banho de sangue pela cidade. Tudo isso embalado pelo clima natalino que cerca a história.
Apesar do destaque dado à protagonista, o palhaço assassino é quem rouba a cena. Art é carismático e demonstra um sadismo que nos faz lembrar de Freddy Krueger no clássico A Hora do Pesadelo. Mas, ao contrário do vilão dos sonhos, ele possui um humor mórbido e incômodo que provoca riso e horror diante das maiores atrocidades, mesmo sem verbalizar uma palavra. Com seus trejeitos e caracterização únicos, o personagem puxa a atenção da audiência, que não consegue desgrudar os olhos da tela enquanto assiste ao absurdo.
A época das festas de fim de ano também é bem aproveitada no contexto da trama. O visual icônico do Art vestido de Papai Noel é a principal lembrança que fica quando o filme acaba. Seja ele coberto de sangue, tomando leite e comendo biscoitos amanteigados ou sentado junto aos presentes e à decoração de Natal de um shopping. Vale dizer também que a cena em que o palhaço “conhece o bom velhinho” é uma das melhores do longa.
O filme erra, no entanto, com a narrativa morna e sem evolução da protagonista. Até o embate final com o vilão, Sienna lida com dramas familiares que pouco agregam para a história e acabam sendo descartados no final da obra. Um grande tempo de tela perdido que poderia ser poupado com uma edição mais sucinta e bem elaborada.
O terceiro ato também comete escolhas duvidosas. Além de não mostrar a sequência de algumas mortes, o encontro de Sienna e Art acontece de forma abrupta, sem uma escalada de tensão, em um limiar confuso de sonho e realidade. O filme também cria demais em cima da mitologia em torno do vilão, se esquecendo que o sucesso da franquia se dá pelas mortes brutalmente criativas e pela figura excêntrica do palhaço.
Ainda com as falhas, é um longa que vale a pena para quem é fã do gênero. Com traços de terror B e bons efeitos práticos, Terrifier 3 prova que ainda é possível produzir filmes slasher com originalidade e relevância. Com certeza, vai embrulhar o estômago de muita gente.
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