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‘Setembro 5′ mostra lado eletrizante do jornalismo ao vivo ao retratar atentado de 1972 em Munique

Filme estreou nos cinemas brasileiros nesta quinta-feira (30)

Cine R7|Cris Massuyama

'Setembro 5' mostra a tensão na cobertura jornalística do atentado terrorista na Olimpíada de Munique Divulgação

A polícia alemã arromba as portas do estúdio de TV e invade uma transmissão urgente durante os Jogos Olímpicos de 1972, em Munique. A poucos metros dali, um ataque terrorista está em andamento e a televisão pode ter um papel decisivo. Essa é apenas uma das cenas de alta tensão de Setembro 5, que estreou nesta quinta-feira (30) nos cinemas do Brasil.

Naquele dia, o grande pesadelo dos alemães foi televisionado. A nação que queria deixar o fantasma do nazismo para trás via na tela um grupo de atletas israelenses sequestrados em plena Vila Olímpica.

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Esse drama real já havia sido retratado por ninguém menos do que Steven Spielberg em 2005, no filme Munique. A obra mostrava a reação do serviço de inteligência israelense.

Desta vez, o diretor Tim Fehlbaum escolhe direcionar os holofotes para a cobertura jornalística feita pelo canal norte-americano ABC Sports.


A ação principal se passa dentro da sala de controle da transmissão, o chamado switcher. O atentado está lá fora, mas o desafio dos jornalistas nos estúdios é sustentar a cobertura em tempo real. E é fascinante observar a reconstituição de elementos da época, como o uso de rolos de filme e walkie-talkies.

O roteiro contou com a consultoria do jornalista Geoffrey S. Mason, que trabalhou na transmissão da ABC Sports naquele dia. E ele também está na telona: é interpretado pelo ator John Magaro, destaque do drama Vidas Passadas (2023).


Setembro 5 recebeu uma indicação ao Oscar de Melhor Roteiro Original. A política e os conflitos internacionais são temas sempre presentes na trama. A Segunda Guerra Mundial havia acabado há 27 anos, e os arredores de Munique ficaram marcados pelo campo de concentração de Dachau. Em 2025, ano em que o longa-metragem está sendo lançado, o fim do Holocausto completa 80 anos.

Mas o que Setembro 5 faz com maestria é um retrato vibrante dos desafios do jornalismo ao vivo. O relógio é o maior adversário dos dilemas morais. Exige jornalistas com valores éticos consolidados, que façam escolhas rápidas com muita clareza das consequências. Afinal, é certo seguir com uma cobertura em que as câmeras poderiam registrar um assassinato ao vivo? Essa e tantas outras questões seguem pulsantes até hoje.


Quando o comando do canal de TV nos Estados Unidos hesita em manter o plantão do atentado sob a responsabilidade de uma equipe especializada em Esportes, o chefão da ABC Sports Roone Arledge (interpretado com precisão por Pete Sarsgaard) é categórico em defender o próprio time. O que precisa ser feito em um momento histórico e dramático como aquele todo bom jornalista sabe, não importa a editoria.

“O nosso trabalho é contar as histórias desses indivíduos que estão com a vida em jogo”, ele diz, em tom frenético e direto - como todo o filme.

Os textos aqui publicados não refletem necessariamente a opinião do Grupo Record.

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