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‘Thunderbolts*’ salva má fase do MCU com menos heroismo e mais humanidade

Longa é um respiro rápido e preciso em meio à saturação de super-heróis

Cine R7|João Acrísio*

Equipe Thunderbolts* composta por Fantasma (Hannah John-Kamen), Treinadora (Olga Kurylenko), Agente Americano (Wyatt Russell), Soldado Invernal (Sebastian Stan), Guardião Vermelho (David Harbour) e Yelena Belova (Florence Pugh) Divulgação/Disney - 30/04

Demorou cerca de seis anos — e 26 filmes e séries — para a Marvel perceber que “menos é mais”. Com o lançamento de Thunderbolts*, nesta quinta-feira (1), a Casa das Ideias consegue tirar de seus personagens mais esquecidos e irrelevantes o melhor filme desde 2019.

Com fim do grande arco dos Vingadores, a saída de Chris Evans como Capitão América e a morte do Homem de Ferro, a Marvel começou uma busca por novas histórias e novos formatos que possam suprir esse vácuo deixado pelos “carros-chefe” da casa.

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Como em Eternos, com a diretora vencedora do Oscar de 2020, Chloé Zhao, ou nas histórias megalomaníacas que brincam com o conceito de multiverso e aventura espaciais em Homem-Formiga e Vespa: Quantumania.

Apesar das dezenas de tentativas, nenhuma parecia funcionar. Foi com a chegada dos anti-heróis, tipo C (a família esquecida da Viúva Negra, a tentativa fracassada de um novo Capitão América, a vilã do Homem-Formiga e o Soldado Invernal) que a Marvel conseguiu construir seus personagens mais cativantes nos últimos tempos, mesmo com pouca participação em seu universo cinematográfico.


Sentinela (Lewis Pullman) em laboratório após despertar seus poderes Reprodução/Marvel - 30/04

Em uma história similar ao Esquadrão Suicida da empresa rival, mas diferente da dramatização da equipe da DC Comics, Thunderbolts* acerta ao contar a história desses personagens descartáveis.

A equipe de mercenários é contratada por uma empresa do governo americano para cuidar do “trabalho sujo” e deve operar de forma discreta contra uma das maiores ameaças dos quadrinhos, o Sentinela — uma tentativa de criar uma nova força heroica para suprir a falta dos Vingadores, que foge do controle.


O grande antagonista da trama, o Vácuo — a contraparte do mal do Sentinela —, não se destaca pela sua maldade e sim pelo seu lado humano, que deve ser reconquistado pela equipe de mercenários tão acostumados a não se importar com a vida do próximo.

Yelena Belova, interpretada por Florence Pugh em cena no deserto para Thunderbolts* Divulgação/Disney - 30/04

Guiados pela atuação de Florence Pugh como Yelena Belova, irmã de Viúva Negra, o filme estabelece uma forte conexão com o público ao se manter o pé no chão por meio da trama focada no histórico traumático e na humanização desses personagens, facilmente rotulados como vilões.


Thunderbolts* é um colírio para os olhos saturados da hiper ficção dos recentes lançamentos da Marvel, mas seu ritmo corrido acaba deixando de lado momentos de ação que poderiam ser mais trabalhados, como o ato final no qual vemos as ações mais humanas e heroicas desses anti-heróis.

O longa volta ao básico que lançou o universo cinematográfico da Marvel ao estrelato, com a construção de equipe trabalhada e focado no lado humano dos super-heróis e inova ao retratar um tema importante como a solidão e o fardo carregado até pelos seres mais fortes do planeta.

Resta saber se Thunderbolts* será somente um ponto fora da curva decrescente da Marvel ou se tornará fonte de inspiração para os próximos filmes.

*Sob supervisão de Lello Lopes

Os textos aqui publicados não refletem necessariamente a opinião do Grupo Record.

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