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Carreira de Madonna no cinema é marcada por framboesas, clichês e caricatura

Cinema de Segunda|Lello LopesOpens in new window

Madonna em cena do filme 'Evita' (Divulgação)

Madonna, que neste sábado (04) faz um show gratuito na praia de Copacabana, é inegavelmente uma das figuras mais influentes da música pop. Ela, entretanto, não conseguiu repetir o sucesso no cinema. A sua carreira como atriz foi marcada por uma série de personagens que muitas vezes caíram em clichês e caricaturas.

O primeiro trabalho de Madonna foi um obscuro filme da virada dos anos 70 para os 80 chamado Um Certo Sacrifício. A cantora recebeu US$ 100 para interpretar Bruna, uma nova-iorquina que vive em um apartamento com três “escravos sexuais”. O filme só foi lançado em 1985, diretamente em vídeo, aproveitando o sucesso mundial da cantora. Madonna tentou comprar os direitos e evitar a distribuição, mas não conseguiu.

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Madonna em cena de 'Procura-se Susan Desesperadamente' (Divulgação)

A estreia “oficial” da diva pop no cinema também veio em 1985, com Procura-se Susan Desesperadamente. E o filme já apresentou um dos clichês que marcaram a carreira de Madonna, como uma personagem cosmopolita e descolada.

A primeira tentativa de um papel mais profundo foi um fracasso. Madonna ganhou um troféu Framboesa de Ouro de pior atriz por seu desempenho em Surpresa de Shangai, de 1986, no qual interpreta uma missionária que vai à China em busca de ópio.

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Em Quem É Essa Garota?, de 1987, Madonna interpretou Nikki Finn, um papel que também tinha um quê de descolada, e que muitos consideraram uma repetição de sua persona pública — uma mistura de rebeldia e sensualidade. Pelo filme, ela ganhou o bicampeonato no Framboesa de Ouro.

Em 1990, Madonna voltou ao estereótipo da sensualidade ao interpretar uma femme fatale na divertida adaptação de quadrinhos Dick Tracy. E repetiu a dose dois anos depois, no fraco Corpo em Evidência (anota aí mais um Framboesa na conta dela).

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A cantora ainda trabalhou com Woody Allen (Neblina e Sombras), Penny Marshall (Uma Equipe Muito Especial) e Spike Lee (Garota 6) antes do passo mais ousado na carreira cinematográfica: interpretar a ex-primeira dama argentina Eva Perón na cinebiografia Evita, de Alan Parker.

Mesmo em uma era pré-redes sociais, a atuação de Madonna dividiu opiniões. Parte da crítica elogiou a cantora pela entrega emocional e pelas interpretações musicais, enquanto outra parte questionou se Madonna era a escolha certa para o papel ou apenas uma caricatura da lenda argentina.

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Na Argentina, o filme (e Madonna) foram alvo de boicote promovidos pelo presidente em exercício do país na época, o peronista Carlos Ruckauf, que classificou a obra com “um insulto à memória de Eva Perón”.

Madonna ganhou o Globo de Ouro de melhor atriz em comédia ou musical pelo filme e fez um lobby imenso por uma indicação ao Oscar, que não veio. A partir daí, o interesse pelo cinema foi minguando. E a cantora acabou participando de filmes bem abaixo da crítica, como Sobrou para Você e Destino Insólito, que lhe renderam outras estatuetas do Framboesa.

Em 2008 ela estreou na direção, com o filme Sujos e Sábios, cujo único mérito foi ter passado em uma mostra paralela no prestigiado Festival de Berlim. O outro filme que dirigiu, W.E.: O Romance do Século, teve mais sucesso, conseguindo até abocanhar uma indicação ao Oscar em figurino.

Os textos aqui publicados não refletem necessariamente a opinião do Grupo Record.

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