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Cinema de Segunda
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‘Sob as Águas do Sena’: filme de tubarão em Paris que irritou cientistas é só uma bobagem

Sucesso no streaming também enfrenta uma acusação de plágio

Cinema de Segunda|Lello LopesOpens in new window

Cena do filme 'Sob as Águas do Sena' Divulgação

Desde que Steven Spielberg inaugurou a era dos blockbusters e mudou para sempre a história do cinema com o seu Tubarão, de 1975, o animal entrou no imaginário popular como um dos grandes vilões da humanidade. Tudo muito longe da realidade, claro, mas isso foi explorado à exaustão na cultura pop. O mais novo exemplo é Sob as Águas do Sena, atual sucesso da Netflix que irritou parte da comunidade científica.

Não é pra tanto. A história de um tubarão gigante que vai parar nas águas do rio Sena, em Paris, na semana de uma prova importantíssima de triatlo é uma tremenda bobagem. E o pior: só fica de fato divertido em sua meia hora final.

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A trama está cheia de clichês. Três anos após ter sua equipe aniquilada por um tubarão no Atlântico Norte, a cientista Sophia (Bérénice Beijo, indicada ao Oscar de atriz coadjuvante por O Artista) reencontra o animal, agora nas águas rasas do Sena. Ao lado de um policial (Nassim Lyes), ela tenta evitar uma tragédia durante a disputa do Mundial de Triatlo, que serve de preparação para os Jogos Olímpicos de Paris. No meio de tudo isso, temos a classe política não dando ouvidos para a ciência e um grupo de jovens defensores da ecologia que tentam salvar o bichão a qualquer custo.

Claramente uma bobagem, que se leva a sério por tempo demais. O filme só deixa de ser enfadonho lá no finalzinho, quando se liberta das amarras e abraça o espírito da franquia Sharknado.

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Mesmo assim, o filme causou um certo barulho na comunidade científica. Nicolas Ziani, fundador do Grupo de Pesquisa de Tubarões Foceanos, detonou o longa. “É um apocalipse cognitivo. É quase fake news. Importamos um problema que nunca existiu na França. O último Megatubarão, com Jason Statham, é quase mais coerente”, disse, em entrevista reproduzida pelo Le Parisien.

“O tubarão-branco é uma espécie extremamente sensível, não sobreviveria dois dias nas águas do Sena, mesmo sem poluição. Este filme transmite uma imagem de catastrofismo que beira a loucura. Não tem credibilidade científica, mesmo que envolva seu tema em uma vaga mensagem ecológica quase propagandística”, explica o cientista.

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Para a Netflix, o problema é outro. O streaming enfrenta na Justiça francesa uma acusação de plágio. O cineasta Vincent Dietschy alega que Sob as Águas do Sena se baseia em um roteiro que escreveu sobre um peixe mutante que come pessoas em Paris. A Netflix rebate, dizendo que a história do filme é original. A decisão deve sair em julho.

Enquanto isso, o diretor Xavier Gens não descarta uma continuação. A gente espera que se a sequência for mesmo confirmada, que venha mais absurda ainda. Afinal, seria ótimo ver um tubarão gigante atacando turistas na Torre Eiffel.


Os textos aqui publicados não refletem necessariamente a opinião do Grupo Record.

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