Fabiana Saba retoma carreira de apresentadora 20 anos após deixar o Brasil
Ex-modelo vive em Nova York ao lado do marido norte-americano e das duas filhas do casal
Do Meu Tempo|Do R7

Fabiana Saba era uma modelo consolidada nas passarelas e vivia grande fase na TV como apresentadora dos programas Interligado, Interligado Games e Superpop, todos da RedeTV!, quando, em 2003, decidiu abandonar a carreira no Brasil e recomeçar a vida nos Estados Unidos em nome do amor.
Desde então, são 22 anos vivendo em Nova York ao lado do marido Ralph Sutton, um investidor norte-americano, e das duas filhas adolescentes.
Durante todo esse tempo afastada dos holofotes, a paulistana se dedicou totalmente à família, cursou psicologia e comunicação e ainda atuou como voluntária em projetos sociais, mas também teve que encarar distúrbios alimentares que a fizeram engordar 30 quilos.
Hoje, aos 47 anos, Fabiana Saba está de volta à televisão e, ao lado de Sil Curiati, comanda um programa semanal que traz informação de qualidade, contextualizando os assuntos mais quentes discutidos no Brasil e nos EUA de maneira leve e acessível, além de experiências e lifestyle em Nova York.
Nesta entrevista ao Blog Do Meu Tempo, a ex-modelo e apresentadora recorda o passado e conta tudo sobre o momento atual da carreira. Confira!
De “Garota da Capricho” a top model
“Sempre sonhei em ser modelo. Eu era aquela típica magrela e alta que todo mundo zoava na escola. Também queria ser Paquita e Garota da Capricho [a revista], mas minha mãe não deixava. Até que um dia ela disse: ‘Vou ligar na revista e pegar o telefone do fotógrafo. Você faz algumas fotos e a gente encerra esse assunto. É só um presente.’ Fiz as fotos, acabei sendo contratada pela revista aos 13 anos e, aos 15, eu já morava fora do país. Desde então, nunca mais parei.”
O “troco” que deu certo
“Eu tinha 21 anos quando fui chamada para um teste na MTV. Passei! Mas, uma semana antes da minha estreia, a emissora contratou a Fernanda Lima, que estava na RedeTV!. Aí a RedeTV!, querendo dar o troco, procurou meu agente e me chamou pra fazer um teste lá também.
Fiz, passei e amei a experiência. Comecei no Interligado ainda muito nova, sem saber fazer praticamente nada, mas eu estava tão feliz de estar ali que o público gostou de mim. O programa chegou a ficar em terceiro lugar no Ibope. Depois virou Interligado Games, que eu amava fazer, e também apresentei o Superpop ao lado do Otávio Mesquita, até a chegada da Luciana Gimenez."
Largou tudo para viver o grande amor
“Eu já morava há muito tempo em Nova York e namorava o Ralph [hoje marido] quando surgiu o convite pra fazer TV no Brasil. Falei para ele que seriam apenas dois anos de namoro à distância.
Mas, quando esses dois anos passaram, eu disse: ‘Estou amando esse negócio de fazer TV’... e renovei por mais dois. Eu estava super bem, com peça de teatro, programa de rádio e prestes a lançar produtos da minha marca… foi aí que a gente acabou terminando, por causa da distância.
Depois de um ano, percebi que, mesmo fazendo o que eu mais amava, não estava feliz longe dele. Cheguei a ganhar um prêmio como apresentadora e, na hora, meu único desejo era ligar pra ele e contar. Tinha tudo para ser um momento de felicidade, mas eu só sentia um sentimento de tristeza no coração.
Lembro que nessa época minha mãe falou: ‘Filha, todo mundo te vê sorrindo nas revistas, mas eu te vejo em casa chorando. Você precisa resolver isso.’ Foi quando conversei com o Ralph e a gente decidiu voltar.
Cheguei a pensar na gente mudar para o Brasil, mas como ele não falava português, seria mais complicado. Então tomei a decisão: larguei tudo e voltei pra Nova Iorque, mas sem falar em casamento. E, graças a Deus, nunca me arrependi. Estamos juntos até hoje."
A vida longe da fama
“Desde que me mudei para cá [Nova York], não parei um segundo. Fiz curso de teatro, entrei na faculdade, trabalhei por um ano e meio como voluntária na ala de pediatria de um hospital de câncer e também na BrazilFoundation. Depois que as meninas nasceram, escolhi me dedicar a ser mãe em tempo integral. Agora que elas são adolescentes, senti que era o momento de voltar para TV."
A luta contra a balança
Engordei bastante depois da gravidez e fui muito criticada. As pessoas me xingavam nas redes sociais dizendo que eu estava um “bucho” e que meu marido me largaria. No começo, aquilo me deixava muito chateada. Mas, com o tempo, percebi que o problema não estava em mim, nem no meu peso, mas sim na cabeça das pessoas. E por que estava na cabeça delas? Porque, no fundo, a gente não se aceita como é.
E quem se beneficia disso? A indústria da beleza, que lucra bilhões explorando nossas inseguranças. Foi aí que percebi que estava sendo manipulada por ela. Então, decidi falar abertamente sobre aceitação com outras mulheres.
Se amar não significa que você não possa emagrecer. Significa poder colocar uma roupa bonita, sair na rua se sentindo segura e enxergar sua própria beleza.
A gente cresce treinado a enxergar só um padrão de beleza. Mas, quando começa a tirar esse cabresto, percebe o quanto há beleza em todos os corpos: mulher gorda ou magra, alta ou baixa.
Quando a gente se aceita, vem também a vontade de se cuidar. E isso não tem nada a ver com peso, tem a ver com saúde. Eu era uma modelo bem magra, mas fumava muito e comia besteiras."
A retomada na TV
“Hoje comando o ContextoTVShow, que está no YouTube. O programa discute os principais assuntos que acontecem no Brasil e nos Estados Unidos. É uma delícia poder fazer o que a gente ama. Faço 48 anos em 2025 e, para mim, voltar a trabalhar com o que amo é como voltar à juventude. A gente se sente viva."
Mudança para o Brasil?
“Já recebi convites para voltar a fazer programas no Brasil, mas minha família está toda aqui. Seria uma mudança muito grande para as meninas e para o meu marido. Eu até iria se fosse por temporadas ou algo que eu pudesse gravar daqui.”
Filhas nos passos da mãe?
“Apoiaria qualquer caminho que escolhessem [moda ou carreira artística]. Quando a gente apoia os filhos, tudo é feito da maneira certa. Mas, por aqui, ninguém seguiu o caminho da mãe. A Rebeca adora gravar vídeos, mas também é jogadora de basquete. Já a mais velha [Victoria] ama História e Estudos de Gênero, e está correndo atrás disso.”
Conselho da Fabiana Saba de hoje para a Fabiana Saba do passado
“Não leve tudo a sério. Quando somos jovens, nos preocupamos muito com as coisas, como se um ”não" fosse o fim ou então no que as pessoas estão pensando sobre você. Eu falaria para ela que tudo passa."