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Essa eh do Rock

Clube da Esquina foi o rock mineiro dos anos 70 e se inspirou em bandas como Beatles e Yes

Além de bossa nova, música regional e jazz, grupo se inspirou no rock progressivo no final dos anos 60 e 70

Essa eh do Rock|Antonio De PauloOpens in new window

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Lô Borges foi o rock'n'roll dentro do Clube da Esquina, trazendo rock progressivo, inspirado no movimento British Invasion, a MPB mineira. Inspirou diversos músicos locais da segunda grande onda do Rock Nacional, e até mesmo o vocalista de uma consagrada banda de Indie 2000´s britânica Reprodução/Instagram/@loborgesoficial

Infelizmente, o cantor, compositor e violonista Lô Borges acabou não resistindo e faleceu, após ficar mais de 16 dias internado no Hospital Unimed, na região Leste de Belo Horizonte.

Um dos grandes nomes da música mineira, consagrado após o lançamento do álbum Clube da Esquina (1972), em parceria com seu irmão, Márcio Borges, Milton Nascimento, Toninho Horta, Beto Guedes, Fernando Brant e Ronaldo Bastos.


Seu som é uma fórmula mágica resultado de vários elementos da época, como bossa nova, música regional, jazz, e o rock progressivo da virada dos anos 60 e 70, conhecido como “prog rock” (o meio-termo entre o rock puramente progressivo e o movimento British Invasion), inspirado em bandas como Yes, Lake & Palmer e The Beatles, conforme declarações de seus fundadores em entrevistas passadas.

Para o site SCREAM & YELL, sobre o lançamento do álbum Muito Alem do Fim (2021), Lô Borges disse que no seu DNA sempre esteve o rock’n’roll.


“Com 12 anos de idade eu já amava os Beatles, os Rolling Stones e a Bossa Nova, entende? Cê vai pegar o álbum “Clube da Esquina” (1972) e tem lá “Trem de Doido”, tem lá o final da música “Girassol” (“Um Girassol da Cor de Seu Cabelo”) todo groovado, com guitarras. Fui um beatlemaníaco e sempre acompanhei o rock progressivo. Emerson, Lake & Palmer, Jimi Hendrix. Sempre tive isso presente na minha música”, disse Lô Borges para o site.

Clube da Esquina, o Rock de Minas dos anos 70

Silvana Maria Silva é auditora fiscal e viveu a efervescência da adolescência nos anos 70 em Belo Horizonte. Para uma garota que amava Beatles e Rolling Stones, gostar do Clube da Esquina foi uma evolução natural.


“Nasci ouvindo rock progressivo, blues, MPB. Meus pais, ainda jovens, me criaram na década de 60 nesta onda (do rock) e me apresentaram (as bandas inglesas). Tive acesso à tudo (de música) que tinha de qualidade e disponível na época. Daí veio o Clube da Esquina, foi natural. Tive o privilégio de viver em BH e ter acesso a eles”, conta Silvana.

A auditora fiscal não tem dúvidas. O movimento do clube representou à cidade inquietude e contestação para a juventude da época, podendo ser considerado o rock mineiro dos anos 70 em Belo Horizonte.


“O Clube da esquina foram aqueles que, na canção ´Para Lennon E McCartney´, disse que todo dia é dia de viver. Quer coisa mais rock and roll que isso? Foi uma música imersiva e viva nos anos 70, e ainda presente na nossa realidade em 2025. O Clube foi revolucionário, apresentando uma sonoridade e uma poesia inédita. Arranjos maravilhosos", revela Silvana.

Silvana Maria Silva foi em todos os shows que Paul Mccartney fez no Brasil, e o último que Ringo fez em Belo Horizonte. Ela sentiu a perda de cada membro dos Beatles. Mas hoje, com a morte do Lo Borges, a dor é diferente.

“Acabou que Clube da Esquina me impactou mais do que o movimento das bandas inglesas dos anos 60, uma vez que o Clube foi muito presente na minha vida durante a adolescência. Era uma intercessão de artes, encenações do Grupo Corpo* com a trilha sonora do Clube da Esquina. Os ratos não sabem morrer na calçada. Lô Borges disse isso em Trem de Doido. Acho essa frase muito forte. Muito rock. Realmente. Hoje um pedaço da minha adolescência se foi", conclui Silvana

Beatles foi uma mania e a British Invasion mudou o mundo. No Brasil foram várias as bandas que se inspiraram no movimento, como Os Mutantes (1966) , Novos Baianos (1969), Renato e Seus Blue Caps (1965), entre outros. Limitar o Clube da Esquina em uma análise somente ao rock é diluir a fusão sonora que deu mágica ao movimento.

*O Grupo Corpo é uma companhia de dança contemporânea brasileira fundada em 1975 em Belo Horizonte, Minas Gerais, pelos irmãos Paulo Pederneiras e sua família, tornando-se um ícone da dança nacional com criações que mesclam elementos tipicamente brasileiros, como ritmos e movimentos culturais diversos, em coreografias inovadoras e expressivas)

O Brilho de Lô Borges está em outro lugar

O Clube da Esquina (1972) era um projeto colaborativo com contribuições de um grupo de amigos, muito utilizado por artistas da MPB durante a ditadura como forma de driblar a censura, fomentar a criatividade e ampliar o impacto cultural.

Lista de canções que inspiraram o Arctic Monkeys a lançar o álbum Tranquility Base Hotel & Casino (2018). A canção Aos Barões, do Álbum Lô Borges (1972), seu primeiro trabalho solo, foi citado X/RevistaMojo

Logo, cada artistas seguiu com sua trajetória solo, como a icônica carreira de Milton Nascimento. Lô Borges lançou 24 álbuns em mais 50 anos de carreira (segundo foi divulgado, ainda há outros quatro trabalhos inéditos, três em parceria e uma solo só de inéditas) a ser lançados).

Mas eu destaco um que, inevitavelmente, demonstra o impacto do músico mineiro no rock internacional. Logo, o seu primeiro álbum solo, autointitulado Lo Borges (1972), inspirando a banda inglesa de indie rock, o Arctic Monkeys.

Assunto para uma próxima matéria.

Lô Borges, você é do Rock!

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Os textos aqui publicados não refletem necessariamente a opinião do Grupo Record.

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