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Essa eh do Rock

Mundo do rock se despede de Brian Wilson, gênio que sofisticou o pop e revolucionou a música

11º álbum dos Beach Boys redefiniu o rock através da genialidade do músico, inspirando bandas lendárias

Essa eh do Rock|Antonio De PauloOpens in new window

Brian Wilson durante a produção do disco Pet Sounds no dia 16 de maio de 1966 . Divulgação

Nas ondas de Los Santos Rock Radio, no eletrizante Grand Theft Auto V, em meio a liberdade caótica que é a obra-prima da RockStar Games, a desordem se harmoniza ao som de I Get Around, de Beach Boys.

Nesta quarta-feira (11), o mundo tornou-se menos anos 60, com a morte de Brian Wilson, um dos mais influentes músicos da rock mundial, após o anúncio feito por sua família nas redes sociais do artista.

“Ele foi um presente para o mundo, cuja música trouxe alegria a muitos. Pedimos aos fãs e amigos que se juntem a nós em um momento de amor. Agradecemos a todos pelo apoio e pedimos privacidade enquanto lamentamos sua perda”, disse sua família na postagem.

Cada vez mais, a “Era de Ouro do Rock*” distancia do horizonte como um barco em alto-mar se distanciando do porto. Vão-se os sons da embarcação, ficam somente as ondas na praia.


Revi (revivi) o filme Love & Mercy (2014), dirigido por Bill Pohlad, meu melhor mergulho no profundo universo artístico de Brian Wilson, a minha forma de absorver a essência que foi Pet Sounds.

O álbum Pet Sounds, lançado em 1966, ficou em segundo lugar na lista dos 500 Maiores Álbuns de Todos os Tempos, publicada pela revista Rolling Stone em 2020, devido à inovação técnica, coesão artística, influência cultural e profundidade emocional.


“Brian Wilson mudou a música para sempre com Pet Sounds dos Beach Boys — e a verdade é muito mais complicada do que o mito”, postou a Revista Rolling Stone na plataforma X (antigo Twitter).

Impactos

Diversos astros do rock já se manifestaram publicamente, no passado, sobre o impacto cultural da genialidade de Brian em suas obras, como o baixista e compositor dos Beatles, Paul McCartney.


God Only Knows é uma das poucas canções que me faz chorar toda vez que a ouço. É, na essência, apenas uma canção de amor, mas é feita de forma brilhante. Mostra o gênio de Brian. Eu a apresentei com ele, e, confesso, durante o ensaio, desabei.” disse McCartney sobre o brilhantismo de Brian, em entrevista para a rádio BBC Radio 1 em 2007.

Pet Sounds foi uma grande inspiração para nós. Quando ouvi aquele álbum, pensei: ‘Nossa, precisamos subir o nível!’ Ele nos levou a fazer Sgt. Pepper’s. Brian Wilson é um gênio, e suas harmonias e ideias de estúdio mudaram a forma como eu via a composição e a produção”, completou McCartney na mesma entrevista.

Paul McCartney e Brian Wilson juntos em foto divulgada pelo músico dos The Beatles na plataforma X (antigo Twitter) Reprodução/X/@PaulMcCartney

Outros astros já se manifestaram publicamente sobre a genialidade de Bryan.

Para a revista Mojo Magazine em 1993, Roger Waters, do Pink Floyd, disse que Brian e Pet Sounds tiveram um impacto enorme em sua carreira artística. “Aquele álbum mostrou que se podia fazer rock com uma profundidade emocional e complexidade, e isso me influenciou ao pensar em álbuns conceituais como The Dark Side of the Moon”.

Já Pete Townshend, do The Who, para a Rolling Stone em 2006, disse que Pet Sounds foi uma revelação. Brian Wilson pegou o pop e o transformou em arte, com harmonias e arranjos que pareciam uma orquestra. Isso me inspirou a ser mais ambicioso com álbuns como Tommy".

Jimmy Page, do Led Zeppelin, disse, para a revista Guitar World em 1995, que a maneira como Brian Wilson trabalhava com texturas sonoras, em Pet Sounds, era algo que admirava.

“Ele usava o estúdio como ninguém, e isso me fez pensar em como criar camadas e dinâmicas em músicas como as do Physical Graffiti (sexto álbum de estúdio do Zeppelin)“.

Já Elton John, para a Revista Billboard em 2016, quando Pet Sounds completou 50 anos, disse que Brian Wilson é um dos seus heróis musicais.

Pet Sounds me mostrou que o pop podia ser sofisticado e emocional ao mesmo tempo. Isso influenciou muito o jeito que abordei álbuns como Goodbye Yellow Brick Road, tentando criar algo que fosse tanto acessível quanto profundo.”

Um mundo menos anos 60

A eternidade é uma fonte da juventude, relativamente falando. Como uma fórmula da equivalência. Um livro. Uma tese. Uma música. São árvores no chão, como Yggdrasil, duradoura e cósmica.

Ainda assim... O mundo perde (um pouco) a cor. Como uma televisão mais em preto e branco. Como um plantão noticiário que interrompe uma programação juvenil.

The Beach Boys começou como um doce sonho de verão californiano centrado na cultura do surfe, carros e romance adolescente. Seria piegas e esquecível, se não fosse a genialidade esquizofrênica de Brian.

O filme Love & Mercy é uma boa dica. Vale a pena.

A idade de Ouro do Rock ‘n’ Roll se esfacela com o tempo, junto com a Era do Classic Rock e do Heavy Metal. Que o eco final de estrelas sirvam de inspiração para o novo rock que está por vir.

*A Era de Ouro do Rock, também chamada de Idade de Ouro do Rock ‘n’ Roll, refere-se principalmente aos anos 60, com destaque para o período entre meados dos anos 50 e início dos anos 70, quando o rock internacional viveu um momento de grande inovação, popularidade e influência cultural. É um termo usado para descrever a fase em que o rock se consolidou como um gênero musical dominante, marcado por experimentação, diversidade de estilos e o surgimento de bandas e artistas icônicos.

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Os textos aqui publicados não refletem necessariamente a opinião do Grupo Record.

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