Jornalistas querem liberdade para censurar quem quiserem
Em nome da nova democracia, jornalistas lutam pelo direito de dizer o que quiserem com o intuito de calar a quem quiserem
Melhor Não Ler|Do R7

Um novo conceito de democracia está chegando, e é preciso estar antenado para não dizer depois que não foi avisado. Aliás, é melhor tratar de falar o que pensa logo de uma vez, pois, se deixar para amanhã, provavelmente não vai poder mais.
Um exemplo é o que aconteceu recentemente com a publicação de uma carta aberta, assinada por 186 jornalistas de um mesmo jornal, em prol de calar seus próprios colegas de redação. Essa é a demonstração mais clara de como a nova democracia atuará em nosso país tropical, abençoado por Deus. Quer dizer, abençoado pelos deuses, pelo universo, pela mãe (ou pai) natureza e por qualquer outro ser que você queira. Viva a diversidade!
Para ajudar você nessa transição, seguem algumas dicas:
• Não é o que se diz, mas sim quem diz – A regra é simples: se for lacrador, poderá dizer o que quiser. Se for conservador, calado já estará errado.
• Pensamento único – Quem pensa de acordo com a agenda canhota está livre. Quem pensa de maneira diferente está louco.
• Tribunal da verdade – Tudo o que não passar pelo crivo dos “checadores” (pessoas acima do bem e do mal que jamais seremos dignos nem mesmo de saber quem são) será considerado fake news, ainda que não seja.
• Dividir para conquistar – Mulheres devem ser contra homens; as que se derem bem com eles serão silenciadas. Pessoas devem ser separadas pela cor da pele; quem se entrosar normalmente sem reparar nesse quesito será advertido. Opção sexual também deve dividir todo mundo quando o assunto é manter as pessoas ocupadas, odiando-se mutuamente.
• Ódio do bem, que mal tem? – Você não deve odiar ninguém, a não ser aquelas pessoas odiosas que merecem ser odiadas.
Esta crônica é uma ficção, mas poderia não ser...