Meirelles fez o L, pulou do barco e agora deseja "boa sorte" a todos que ficam
Sinalizando que Lula "dilmou", Henrique Meirelles prepara seu distanciamento do presidente eleito depois de tê-lo apoiado
Melhor Não Ler|Do R7
Ah... os políticos brasileiros nunca decepcionam! O que eles falam em público é sempre muito diferente do que declaram a portas fechadas, afinal de contas, essa é a regra número um da cartilha Hipocrisia Nossa de Cada Dia, estudada com afinco por muitos deles.
E é claro que Henrique Meirelles, ex-presidente do Banco Central no governo Lula (2003-2011) e ex-ministro da Economia de Michel Temer (2016 a 2018), não é exceção. Depois de ter apoiado Lula durante a campanha, Meirelles pulou do barco depois que o presidente eleito começou a falar o que pretende fazer. E olha que o representante do “amor e da democracia” nem assumiu ainda!
Mas o que será que leva uma pessoa altamente qualificada a dar seu apoio a um candidato que escondeu durante toda a campanha suas intenções em relação à política econômica? Será que, com toda a experiência que Meirelles tem, ele não tinha a menor ideia do que Lula faria ao – como disse seu próprio vice – “voltar à cena do crime”?
Em um evento fechado – mas que a internet está aqui para tornar público –, Meirelles disse que “o Lula estava fechado, não dizia nada, não queria desagradar ninguém. Hoje começou a falar. Aí ele começou a sinalizar uma direção à Dilma. Ele está fazendo uma opção que é a opção mais fácil, de agradar lá dentro” e completou: “Estou mais pessimista, não tenha dúvida”.
Tudo isso só porque o Ibovespa perdeu R$ 156 bilhões em valor de mercado depois de uma única fala sobre gastos daquele que vai distribuir picanha metafórica a todos os 33 milhões de pobres que ele – ao contrário do que mostra o IBGE – diz que existem no Brasil.
Para aplacar a ira das pessoas que poderiam se sentir ofendidas pelo “danem-se” que Meirelles disse nas entrelinhas de sua fala, como bom político que é, finalizou com um “só posso dizer uma coisa a todos vocês: boa sorte!”
Mas de uma coisa ninguém pode reclamar: nossos políticos são muito mais criativos do que os políticos dos outros e o eleitor brasileiro realmente sofre de falta de memória.
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