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O mundo está chato? Não para a turma do “progressismo”

Quem trocou o verde e amarelo pelo vermelho está encantado em poder julgar, condenar e fazer todo mundo se sentir mal

Melhor Não Ler|Do R7

Anos atrás, uma colega de trabalho que se apresentava como “vegetariana a caminho do veganismo” não perdia nenhuma oportunidade de fazer todas as pessoas sentirem-se mal na hora do almoço.

Por achar-se um ser superior devido à sua “evolução espiritual” e seu respeito irrestrito a todos os animais (o que não incluía pessoas, claro), ela se gabava de sua refeição “verdadeiramente saudável”, enquanto criticava o prato alheio, jogando na mesa argumentos capazes de estragar o almoço de qualquer um que não tivesse estômago forte.

Restrições alimentares dos veganos: direito de julgar o prato alheio
Restrições alimentares dos veganos: direito de julgar o prato alheio Restrições alimentares dos veganos: direito de julgar o prato alheio

“Você sabia que esse negócio no seu prato tinha ‘família’? Pense no quanto esse bichinho sofreu e sangrou antes de dar o último suspiro! Você tem noção de que é cúmplice de assassinato? Você vai mesmo comer isso sabendo que um crime foi cometido?”

Como só ela tinha “moral” para condenar a mesa inteira, ninguém podia falar que sua sandália plástica levará mais de 400 anos para se decompor – enquanto um calçado de couro leva 40 anos – e que ainda lhe rendia um chulé que empesteava todo o ambiente. Embora isso não deveria ser um problema, afinal, ela também não usava nenhum tipo de desodorante e o mau cheiro dos pés não era o único e terrível odor emanado por seu corpo divinal.

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Hoje, porém, os julgamentos e as condenações da turminha “politicamente correta” tomaram proporções tão grandes que deu até uma saudadezinha da elevada, excelsa e eminente colega do cecê. Até porque era divertido vê-la comendo “baconzitos” às escondidas. Como a preocupação com odores não era algo comum a ela, jamais imaginou que os aromatizantes artificiais do salgadinho ficavam impregnados em suas mãos e hálito. Enfim, tempo bom que não volta nunca mais!

Atualmente, não são só os “vegetarichatos” que temos de relevar (o termo não inclui vegetarianos e veganos normais – e cheirosinhos). Hoje, precisamos aturar os nazistas dos canudos, a turma do vitimismo e das cotas. Temos de fingir que a ideia de que há 74 gêneros é comprovada pela ciência (e que crianças de quatro anos já podem escolher o seu) e precisamos respirar fundo cada vez que a patrulha do idioma coloca mais uma palavra na infindável lista de “termos preconceituosos impregnados de intolerância e vieses inconscientes”.

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Onde está você, colega “ecochata”? Seu chulé, ainda que misturado ao cecê e ao hálito de “baconzitos”, não é páreo para os “mimizentos” de hoje em dia. Volta, querida!

Esta crônica é uma ficção, mas poderia não ser...

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