Mitos e verdades: dieta faz bem ou não para o organismo?
Mudar a alimentação com o objetivo de emagrecer exige acompanhamento médico e nutricional, para não causar problemas à saúde
Bem Estar|Deborah Bresser, do R7
Perder peso é o objetivo número um de quem decide fazer uma dieta. O caminho para ver o número baixar na balança, porém, exige disciplina, vontade e, principalmente, orientação.
Fazer dieta seguindo gente não habilitada no Instagram, por exemplo, ou adotar regimes da moda, pode ser o caminho mais curto para desencadear problemas de saúde.
Matheus Motta, nutricionista do Vigilantes do Peso, explica que o que as pessoas entendem como dieta sempre vai ter algum tipo de restrição, seja calórica, para quem quer emagrecer, ou de algum nutriente, como os diabetéticos que precisam reduzir o consumo de açúcar. Dieta, em geral, não é ruim, mas tem de ter objetivo.
"A melhor forma para o emagrecimento é ir aos poucos. Não perder muito peso em pouco tempo. Saber como combinar os alimentos é fundamental", recomenda.
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As pessoas se esquecem de que não engordaram em uma semana e desejam perder peso rapidamente. Daí caem em dietas excessivamente restritivas. "Se existe uma restrição muito forte, o corpo pode entender como sinal de alerta, e vai reduzir o metabolismo. Quando há uma restrição muito grande, a pessoa não consegue manter a dieta por muito tempo e, ao voltar, tende a ganhar mais peso do que antes", alerta Motta.
A pessoa com uma dieta restritiva demais pode apresentar fadiga, cansaço, perda de cabelo e até desmaio. Pode até aumentar os níveis de colesterol, explica Motta.
O recomendado é fazer uma alimentação saudável. "O melhor caminho é ser consciente da qualidade nutricional dos alimentos ingeridos em todas as refeições e fazer escolhas saudáveis", recomenda.
Ter uma alimentação baseada em alimentos in natura, ou seja, grãos, verduras, legumes, frutas, carnes, peixes, ovos e leite. Limitar o uso de alimentos processados, como pães, queijos, conservas e compotas de frutas. Dar preferência a preparações caseiras a alimentos industrializados e prontos para consumo. Evitar o consumo de produtos ultra processados, como biscoitos recheados, salgadinhos de pacote e refrigerante – mesmo que dietéticos. E ingerir óleos, gorduras, sal e açúcar em pouca quantidade.
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O endocrinologista Mauricio Hirata é categórico em afirmar que, qualquer que seja a dieta, é preciso ter acompanhamento médico e nutricional. "Toda dieta feita sem orientação tem de tomar cuidado. Veja o caso da menina vegana que passou a comer peixe", diz o médico, em referência à Yovana Mendoza Ayres, a Rawvana, que virou ídola de crudiveganos ao compartilhar, desde 2013, sua alimentação sem produtos de origem animal e à base de alimentos crus.
'Flagrada' comendo peixe, teve de vir a público admitir que havia incluído alimentos cozidos na dieta por causa de suas condições de saúde. Rawvana explicou que passou os últimos anos doente, com anemia e o intestino repleto de bactérias.
"É um caso típico de quem fica prescrevendo dieta, não tem autoridade alguma, e já sofreu os efeitos de fazer dieta incorretamente. Pelo menos 80% das dietas de internet não têm fundamento científico", alerta o médico.
O principal risco, diz o dr. Hirata, é fazer restrições por conta própria. "É como se automedicar, os efeitos podem ser muito graves", avalia.