De comida personalizada a novos produtos: como a indústria de alimentos usa inteligência artificial

Já pensou em ter uma comida personalizada, só sua, com seus ingredientes favoritos? Isso já é possível com o uso da inteligência artificial (IA). A tecnologia de IA está sendo usada também para criar novos alimentos e bebidas, além de já fazer parte da cadeia produtiva há um bom tempo.

Como sabemos, a produção de alimentos é uma combinação de habilidades humanas e tecnologia. Portanto, não existem alimentos produzidos exclusivamente por inteligência artificial. Mas a IA está sendo usada em várias etapas da produção de alimentos para melhorar a eficiência e a qualidade do que chega para a gente comer.

Por exemplo, a IA pode estar desde o desenvolvimento de novas receitas, passando pelo controle de qualidade e pelo monitoramento de processos de fabricação. Na agricultura de precisão, a inteligência artificial é aplicada para otimizar o cultivo e a produção de alimentos.

Veja alguns exemplos onde entra a inteligência artificial nesta indústria:

Alimentos personalizados

A IA pode ser usada para criar alimentos personalizados para atender às necessidades individuais de cada pessoa. Por exemplo, a IA pode ser usada para criar alimentos para dietas específicas, como dietas veganas ou sem glúten. Também pode ser usado para criar alimentos que são personalizados para necessidades médicas, como alimentos que são ricos em nutrientes ou baixos em calorias, ou ainda que não provoquem alergias.

Alimentos sustentáveis

A IA pode ser usada para criar alimentos de forma mais sustentável, com menos recursos e produzindo menos resíduos. Por exemplo: a IA sendo usada para desenvolver novas técnicas de cultivo que usam menos água e pesticidas. Também pode ser usada em novos processos de fabricação para produzir menos desperdício.

Alimentos inovadores

A inteligência artificial também pode ser usada para criar alimentos inovadores, como novos sabores e texturas. Também pode ser usada para criar novos alimentos feitos com ingredientes não convencionais, como insetos, algas ou raízes.

Classificação de produtos agrícolas

Usada para classificar frutas, vegetais e grãos com base em sua qualidade, tamanho e aparência.

Controle de qualidade

Sistemas de visão computacional baseados em inteligência artificial são usados para detectar falhas, como produtos danificados ou contaminados, durante a fabricação de alimentos.

Formulação de receitas

Algoritmos de IA podem sugerir combinações de ingredientes e propor novas receitas com base em preferências e/ou restrições alimentares.

Otimização de processos

IA é usada para otimizar processos de produção, como ajustar a temperatura e o tempo de cozimento para obter melhores resultados.

Embalagem e rotulagem

Sistemas de IA podem ajudar a identificar e classificar produtos para embalagem automatizada, além de auxiliar na geração de rótulos e informações nutricionais.

Alguns exemplos da indústria

Fórmulas 100% vegetais

A empresa chilena NotCo usa um sistema de IA para gerar fórmulas de alimentos conhecidos, como queijo e maionese, usando apenas ingredientes vegetais, para imitar a textura, o sabor e o aroma dos produtos originais.

Combinações de sabores

Alguns softwares de inteligência artificial podem testar e criar novos sabores e combinações de sabores, usando uma grande variedade de ingredientes catalogados. A Gastrograph AI usa algoritmos genéticos para modelar sabores de acordo com grupos de consumidores.

Avaliação da qualidade

A startup brasileira Agronow usa uma tecnologia de IA para analisar de forma preditiva e prescritiva ingredientes alimentícios como café, cacau, grãos, açúcar e sucos, por meio de um equipamento portátil e uma plataforma de software para previsão de produtividade e gestão agrícola. O resultado sai em apenas alguns segundos.

Café

A startup israelense ansā desenvolveu mini torrefador de café autônomo controlado por inteligência artificial e visão computacional. A empresa apresenta a "torrefação sob demanda". O mini torrefador e23 usa tecnologia de aquecimento dielétrico, a mesma dos fornos micro-ondas, para aquecer os grãos de café de forma homogênea. Controlado por algoritmos de inteligência artificial e visão computacional, o sistema calcula em tempo real a quantidade exata de energia a ser aplicada em cada grão para uma torra perfeita. A empresa recebeu investimentos de US$ 9 milhões.