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Maria do Caos

‘Raptei a galinha Valquíria e ela virou a minha melhor amiga’

Fui passar uma semana na chácara da minha avó e acabei levando embora a galinha Valquíria, que seria a refeição da vizinhança

Maria do Caos|Mônica SimõesOpens in new window

A galinha tinha penas azuis Imagem gerada pelo Canva

E aí, Marias!!! Como vocês estão?

Começamos a partir de hoje uma nova temporada com histórias hilária e quentinhas que prometem arrancar gargalhadas de todas vocês. Afinal, quem entra aqui no blog tem apenas um objetivo: dar risada das próprias risadas e, quiçá, do próprio destino. Quem nunca se identificou com alguma história está mentindo, eu sei!

Somos mulheres, filhas do caos! E eu digo sobre o caos de uma forma bem especial. Nós mulheres somos polivalentes e multifuncionais. O que quero dizer com isso? Bem, conseguimos ser brilhantes ao ponto de entendermos mais de uma situação e, ao mesmo tempo, fazermos execuções incríveis, com pensamentos focados e assertivos.

Então, mais uma vez, por mais uma temporada: SEJAM MUITO BEM-VINDA, MINHAS MARIAS! E não se esqueçam, aqui no blog todas somos Marias, então podem me enviar as histórias que ninguém saberá seu nome de verdade. Não precisam ter vergonha de nada. Nossa salinha particular é alimentada pelos caos.


Bem, a história da semana veio lá de Mato Grosso do Sul. Nossa Maria foi passar as férias na casa da avó dela, que fica em uma chácara. Bem, ela acabou fazendo uma amizade um tanto inusitada com uma galinha. Sim, mas, segundo ela, não era qualquer galinha não, era uma bem diferente, com muitos sentimentos e tudo mais…

Venham comigo e divirtam-se com nossa Maria e a galinha Valquíria…


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Todos os anos, em janeiro, tenho costume de passar uma semana na chácara da minha avó, no interior do estado. La é bem gostoso, arejado e eu consigo dar aquela relaxadinha com o ar puro. Eu sou uma Maria super cosmopolitana, moro na capital Campo Grande e por lá é trânsito, já é um dos maiores caos. Mesmo assim, eu gosto de cidades maiores, com estrutura e tudo mais.


Porém, acho necessário ter aquela minha semana de paz e sossego longe do estresse. Peguei meu carro e fui dirigindo sozinha até a cidadezinha da vovó, fica a cerca de 220 quilômetros da capital. Sou uma mulher jovem e madura de 32 anos, moro sozinha com minhas plantas e sou advogada.

Sou daquele tipo de Maria que não arreda o pé! Adoro uma bola dividida, sempre entro pra ganhar. Acho que isso é mal de advogado, todos que conheço são assim.

Bem, estava na estrada pensando em como tinha perdido aquele caso. Tinha passado a noite em claro estudando como convencer o tribunal de que aquela empresa fazia mal à sociedade e, principalmente, à natureza, mas não teve jeito. Estava em uma semana bem pra baixo, questionando a vida e o que era certo e errado.

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Quando faltavam menos de três quilômetros para chegar na chácara, já na estrada de terra, vi alguma coisa na pista. Parecia um pássaro, não sei… era bem diferente.

Quando me aproximei, vi que era uma mistura de galinha com pavão, não entendi muito bem. Parei o carro e fui olhar melhor, de perto. Sim, Marias! Era uma galinha, mas pensa em uma galinha diferente: era da forma de uma galinha com penas de pavão… sim! A galinha tinha umas penas azuis.

Achei aquilo tão esquisito, mas mais esquisito do que a galinha foi o comportamento dela. A bichinha fez um “cocoricó” e foi meio de pulando e voando para dentro do meu carro. Ela sentou no banco da frente.

Já acostumada com o climão do campo, pensei: “por que não?” Levei a galinha comigo. Chegando na minha avó, ela me explicou que se tratava da galinha Valquíria, uma espécie rara. Quando questionei o “rara”, minha vó disse que essa foi a nomeação da veterinária porque ninguém soube explicar as penas azuis da Valquíria. Coisa do interior, sabe?

Não sei explicar, mas houve uma conexão entre a Valquíria e eu dentro daquele carro. Ela me olhava de um jeito tão pacífico, tão puro… como se soubesse de algo.

A galinha era da vizinha da minha avó. Uma mulher bem rústica e que tinha um objetivo claro para a Valquíria. O destino da bichinha já estava decidido: iria pra panela no fim da semana. Foi uma promessa que a vizinha tinha feito ao marido assim que ele retornasse de um trabalho. Esse homem estava fora há cinco anos e a festa seria enorme, com a galinha Valquíria como prato principal.

Bem, os dias foram passando e aonde eu ia, a tal da Valquíria ia atrás de mim. Até que uma noite, deitei em uma rede e a Valquíria apareceu daquela mesma forma: voando e pulando, de um jeito meio estranho.

Era o jeitinho da Valquíria… ela simplesmente, deitou no meu colo. Olhei as estrelas por um tempo e depois acabei pegando no sono. No dia seguinte, quando acordei, a Valquíria estava lá, olhando pra mim, me esperando acordar. Achei aquilo tão lindo, gente.

Sexta-feira chegou e o marido da vizinha também. Todos estavam atrás da Valquíria, que tinha desaparecido misteriosamente. Adivinha onde ela estava? Sim, dentro do meu carro… quietinha. Quando passei ao lado do veículo, ela fez aquele barulho estranho. Olhei pela janela e ela estava me olhando fixamente, um olhar de socorro. Ah, Marias… não pensei duas vezes.

Me despedi da minha avó e disse que tinha pintado uma demanda de trabalho e que precisava retornar mais cedo.

Com a Valquíria no banco do passageiro, segui rumo meu apartamento. A galinha Valquíria virou uma lenda urbana na cidadezinha da minha avó, ninguém nunca descobriu o paradeiro dela. Mal sabiam que ela vivia em um apartamento, em uma avenida super movimentada da capital, bem longe do sossego.

Valquíria e eu desenvolvemos uma amizade incrível. Sei que isso pode soar estranho, mas a Valquíria entende tudo o que falo.

Hoje, moramos eu, Valquíria e dois gatinhos, o Valdemar e o Valter. Todos felizes e contentes.

Valquíria tem algo de esplêndido e indecifrável. Ela sempre será uma poesia daquelas bem difíceis de entender.

Talvez, seja assim mesmo.

Raptei a galinha e ela virou minha melhor amiga.

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Mariassssss!!!! Vocês teriam coragem de salvar a galinha Valquíria? Talvez, eu fizesse o mesmo, não ia deixar a bichinha virar cozido!

Olha, que amizade esquisita! Mas, eu gostei demais da coragem da nossa Maria e do quanto ela respeita a Valquíria.

Tem Maria que cuida de cachorro, gatinho, papagaio, e outras, de galinhas.

Gostou da história? Tem algum caso bem doido pra me contar? Me mande!

Excelente semana!

Um beijo, Marias.

Os textos aqui publicados não refletem necessariamente a opinião do Grupo Record.

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