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Papo de Paciente

Quando uma pessoa morre de câncer, todos os pacientes oncológicos sentem

Preta Gil morreu aos 50 anos neste domingo (20) em consequência de um câncer de intestino

Papo de Paciente|Marcela VarasquimOpens in new window

Preta Gil morreu neste domingo (20), aos 50 anos Reprodução/Instagram

Quando uma pessoa morre de câncer, todos os pacientes oncológicos sentem.

Sentem como quem revive a própria história. Cada perda é também uma pequena morte para quem enfrenta — ou enfrentou — esse mesmo caminho cheio de medos, tratamentos, esperanças e recaídas.

Existe um fio invisível que une todos os que já ouviram a palavra “câncer” dita por um médico. E quando um desses fios se rompe, a dor é coletiva.

Nunca entrevistei Preta Gil. Mas canto suas músicas desde a adolescência. E não importa, na verdade, o grau de intimidade. Sou uma paciente oncológica enfrentando os primeiros cinco anos de remissão, o que já é suficiente para ser solidária à dor de quem ouve a notícia da volta da doença, como foi com ela.


Lembro de quando as primeiras amigas que conheci nessa jornada oncológica morreram de câncer. Para cada uma, houve uma lágrima contida, uma oração silenciosa, e também o desejo de pensá-las para além da doença. De guardar quem eram, a profissão que tinham, os lugares que conheceram, o jeito de falar, a coragem de viver. Porque nenhuma delas era apenas um diagnóstico. E nenhuma deveria ser lembrada assim.

Hoje, mais um fio se rompeu com a morte de Preta Gil. E o dia ficou mais triste.


Mas Preta não foi definida pela doença. Foi uma mulher potente, cheia de cor, som e afeto. Cantora, apresentadora, empresária, amiga. Mãe. Avó. Uma mulher que viveu com coragem, que fez da vida um palco, e nunca teve medo de ser quem era.

Preta enfrentou o câncer como viveu: com intensidade e sinceridade. Compartilhou suas dores, suas vitórias e seus dias difíceis sem máscaras, sem rodeios. Ao fazer isso, estendeu a mão a tantas outras pessoas que enfrentam a mesma doença.


Obrigada, Preta.

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Os textos aqui publicados não refletem necessariamente a opinião do Grupo Record.

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