Polícia prende suspeitos de praticarem ataques racistas contra Taís Araújo
Ação é realizada com apoio de polícias de sete Estados
Famosos e TV|Do R7, com Rede Record

A Polícia Civil do Rio iniciou, na manhã desta quarta-feira (16), uma operação para prender suspeitos de serem autores de ataques racistas à atriz Taís Araújo em uma rede social. Coordenada pela DRCI (Delegacia de Repressão aos Crimes de Informática), a ação conta com apoio da Senasp (Secretaria Nacional de Segurança Pública) e das polícias civis de São Paulo, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Paraná, Bahia e Minas Gerais.
No ínicio da manhã, quatro mandados de prisão haviam sido cumpridos na Bahia, Santa Catarina, Paraná e no interior de São Paulo. De acordo com as investigações, o jovem de 20 anos preso em São Paulo era o líder do grupo.
Segundo a polícia, o objetivo é desarticular o grupo e cumprir quatro mandados de prisão e 11 de busca e apreensão em cidades do País. As investigações apontaram que as ofensas à atriz foram premeditadas pelo grupo que tinha como finalidade praticar ataques racistas em perfis de redes sociais e contatos do aplicativo WhatsApp.
Integrantes do grupo eram incitados a praticarem atos ilícitos de discriminação racial. De acordo com a Polícia Civil, eles também criavam grupos secretos e temporários para potencializar as ações e ainda divulgavam formas de mascarar a conexão para tentar dificultar o rastreamento.
De acordo com a Polícia Civil, na operação foram cumpridos mandados de prisão contra Pedro Virtor Siqueira da Silva, em São Paulo, Gabriel Sanpietri, no Paraná, Thiago Zanfolin Santos Silva, na Bahia, e Francisco Pereira da Silva Junior, em Santa Catarina. E ainda foi efetuada a prisão em flagrante do Willian dos Santos Triste no Rio Grande do sul.
Perfis bloqueados
No ano passado, a DRCI solicitou, por meio de ordem judicial, o bloqueio e os dados cadastrais de 70 perfis no Facebook. O delegado Alessandro Thiers disse que os autores das ofensas racistas à atriz Taís Araújo, publicadas no Facebook, poderão ser condenados por injúria racial, associada ao uso de palavras que depreciam a pessoa pela cor da pele, raça, etnia, origem e religião. O Código Penal prevê pena de prisão de um ano a três anos, além de pagamento de multa. Já o crime de racismo, previsto na Lei Federal 7.716/1989, atinge uma coletividade de indivíduos. É um crime inafiançável e imprescritível.
Ao compartilhar uma fotografia sua na rede social, ela foi atacada com comentários racistas em série, como "Te pago com banana", "Me empresta seu cabelo para lavar louça", "Pode ser mais clara?", "Como pode alguém achar bonito esse cabelo de Bombril?", "Com esse cabelo dá pra lavar a Globo inteira" e "Não sabia que no zoológico tinha câmera". Mais de cem pessoas curtiram os insultos.