Para Ronnie Von, Jair Rodrigues era a “própria encarnação da alegria”
Amigo de “Jajá” há 50 anos, apresentador está inconformado com a morte
Música|Maria Beatriz Sant'Ana, do R7
Jair Rodrigues de Oliveira morreu nesta quinta (8), aos 75 anos. Ele foi encontrado morto na sauna de sua casa na Granja Viana, zona oeste da Grande São Paulo. O músico estava sozinho no local. O laudo do IML registrou infarto agudo do miocárdio como causa da morte.
Abalado com a morte do cantor, Ronnie Von falou com o R7. “Ainda não realizei essa história... eu não entendo, não consigo entender, não tenho, de repente, como justificar... fazer um comentário que possa ser crítico em relação a esses desígnios da vida, essas fatalidades, mas para mim é injusto”.
Amigo há mais de 50 anos da família de “Jajá”, apelido carinhoso que deu para o cantor, Ronnie lembra que o intérprete era a “própria encarnação da alegria”.
— Ele era uma pessoa que justificava a vida como se fosse um prêmio. Era impossível alguém ficar ao lado dele sem um sorriso. Na verdade, jamais ele interpretou alguma coisa, de atitude comportamental, que não fosse aquela que a gente vê na televisão. Ele era aquilo mesmo.
E completa:
— A ficha não caiu ainda, tenho que esperar ainda passar mais um pouquinho para entender isso, até porque, ontem mesmo eu estava fazendo uma chamada no meu programa de televisão, que eu ia fazer uma entrevista com a Claudine, a esposa, e a Lu, a relação de mãe e filha, para que a gente pudesse ter algum subsídio de criação, que são pessoas muito bem resolvidas, profissionais de primeira grandeza.
História de sucesso
Jair Rodrigues nasceu em Igarapava, interior de São Paulo, em 6 de fevereiro de 1939. Depois de passar a infância e adolescência cantando em corais de igreja, começou a carreira profissional como crooner, em 1957. No ano seguinte, participou de seu primeiro concurso de calouros.
Na década de 1960, mudou-se para São Paulo, onde trabalhou como engraxate, mecânico, servente de pedreiro e ajudante de alfaiate, enquanto tentava se estabelecer na música. Começou a se destacar cantando sambas.
Seu primeiro sucesso foi Deixa Isso pra Lá, eternizada pela clássica coreografia que fazia, sempre gesticulando com as mãos.
Jair Rodrigues ganhou o Brasil ao interpretar a hoje clássica Disparada, de Geraldo Vandré, vencedora do Festival da Canção de 1966, junto de A Banda, de Chico Buarque, defendida por Chico e Nara Leão.
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