‘Samba não tem idade, tem verdade’, diz Jorge Aragão em show com Tiee
Cantores se apresentaram no ‘Sucessos do Samba’, realizado na última sexta-feira (1º) em São Paulo
Música|Douglas Oliveira, do R7
RESUMO DA NOTÍCIA
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“Samba não tem idade, tem verdade.” Foi com essa frase, dita com a serenidade de quem carrega meio século de samba nas costas, que Jorge Aragão resume o espírito da noite histórica vivida na última sexta-feira (1º), no Espaço Unimed, em São Paulo.
No palco, duas gerações do samba se cruzaram: de um lado, o poeta consagrado, símbolo de elegância e resistência musical; do outro, Tiee, representante legítimo de uma nova leva de sambistas que reverenciam o passado, enquanto impulsionam o gênero rumo ao futuro.

Com cinco décadas de carreira, Jorge Aragão é uma verdadeira lenda viva do samba. Em entrevista exclusiva ao R7, ele fala sobre o seu papel como “tronco de uma grande árvore” que, mesmo envelhecendo, deixa crescer frutos, simbolizando as novas gerações que renovam a música sem perder a essência.
“Estou muito feliz com os caminhos que a música tem tomado, a consciência e a forma desse povo se comunicar”, declara.
Segundo Aragão, hoje a disputa pela atenção do público é maior e mais global do que nos seus tempos de início. A recente parceria com artistas do trap como Lennon, Djonga e Xamã, no álbum Herança, mostra que o cantor abraça o novo sem abdicar do samba raiz, reafirmando sua versatilidade e capacidade de diálogo com o presente.
‘O samba virou minha vida’

Do outro lado, Tiee representa a renovação do samba com frescor e autenticidade. Com mais de 20 anos de carreira, o cantor e compositor mistura influências tradicionais, como o próprio Jorge Aragão e Arlindo Cruz, com referências dos anos 1990, como Leandro Lehart e Revelação — grupo que o fez ter o primeiro contato com o samba.
“Foi por acaso. Minha irmã queria ir numa balada para encontrar o namorado, hoje meu cunhado. Meus pais só deixavam se eu fosse junto. Ela me comprou, literalmente [risos]. Aí, fomos, e era um show do Revelação. Na hora, eu nem sabia quem eram. Mas vi aquele palco, aquela batida... ali, fui ‘picado’ pelo samba. A partir dali, fui atrás de tudo. Cheguei no Fundo de Quintal, depois no Aragão, no Zeca [Pagodinho], na Beth [Carvalho]. O samba virou minha vida", recorda ao R7.
Noite de clássicos do samba
A noite teve dois shows completos. Primeiro, Aragão assumiu o palco com seu timbre inconfundível e canções como Moleque Atrevido, Lucidez, Coisinha do Pai, e Eu e Você Sempre — verdadeiros hinos do samba.
Depois Tiee, com sua energia contagiante e sucessos como Acende o Celular, Porradão, Modo Avião, Cachorrinho e Unilateral, do DVD Subúrbio no Engenhão, indicado ao Grammy Latino 2024.
“A indicação ao Grammy me deu mais motivação para fazer mais som e para entender a música de outra maneira“, afirma Tiee.
Entre histórias pessoais, desafios da indústria musical e o amor pela cultura brasileira, Jorge Aragão e Tiee provaram que, embora separados por décadas, a música os une de forma natural.
“É quase que uma obrigação revisitar o nosso panorama musical e, ao mesmo tempo, estar aberto para o que pulsa no presente”, diz Aragão.
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