Preta Gil deixa legado de luta, coragem e fé
Cantora, empresária e ativista morreu neste domingo (20), aos 50 anos, após uma grande batalha contra o câncer

A cantora, empresária e ativista Preta Gil nos deixou neste domingo (20), aos 50 anos, depois de uma longa batalha contra um câncer colorretal, doença que enfrentava desde 2023.
A notícia de sua passagem foi confirmada por sua equipe e a repercussão foi imediata para os fãs, colegas de profissão e admiradores da artista.
Preta era filha do icônico Gilberto Gil e de Sandra Gadelha.
Nascida Preta Maria Gadelha Gil Moreira em 8 de agosto de 1974, no Rio de Janeiro, desde cedo, esteve cercada por grandes nomes da música e da arte brasileira, como Caetano Veloso, Gal Costa e Maria Bethânia, que ela considerava como tios. Essa convivência moldou sua visão de mundo e alimentou seu espírito artístico, embora sua carreira tenha seguido caminhos próprios e ousados.
Sua trajetória profissional teve início ainda nos bastidores, quando atuou como produtora e publicitária. Mas foi apenas aos 28 anos que decidiu se lançar como cantora, incentivada por amigas como Ana Carolina e Ivete Sangalo.
Seu álbum de estreia, Prêt-à-Porter, lançado em 2003, causou polêmica ao trazer a artista nua na capa, desafiando padrões estéticos e sociais. A música Sinais de Fogo, presente no disco, tornou-se um dos maiores sucessos de sua carreira.
Durante sua trajetória na indústria musical, Preta lançou outros cinco álbuns, entre eles Sou como Sou (2012) e Todas as Cores (2017), sempre abordando temas como amor próprio, diversidade e empoderamento. Em 2010, fundou o Bloco da Preta, que rapidamente se tornou um dos maiores do Carnaval carioca, arrastando multidões pelas ruas do Rio.
O bloco foi transformado em DVD em 2014, com participações de artistas como Anitta, Lulu Santos e Ivete Sangalo.
Além da música, Preta Gil se destacou como empresária ao fundar a agência de marketing de influência Mynd, voltada para o trabalho com artistas e influenciadores digitais. A iniciativa reforçou seu compromisso com a representatividade e a valorização de vozes diversas no mercado publicitário.
Na TV, Preta Gil atuou em novelas e séries, como Caminhos do Coração, Os Mutantes e Ó Paí, Ó. Sua presença carismática e espontânea conquistou o público e consolidou sua imagem como uma personalidade midiática.
A cantora também foi uma voz ativa nas lutas contra o racismo, a gordofobia e a homofobia. Assumidamente bissexual, ela usava sua visibilidade para promover inclusão e combater preconceitos.
Em entrevistas e redes sociais, falava abertamente sobre sua identidade e os desafios enfrentados por mulheres negras e fora dos padrões estéticos convencionais.
Em uma de suas últimas aparições no palco, esteve ao lado de seu pai, Gilberto Gil, visivelmente emocionada e prontamente ovacionada pela plateia presente.
Sua batalha contra o câncer foi marcada por coragem e transparência. Desde o diagnóstico, Preta compartilhou com o público cada etapa do tratamento, incluindo cirurgias complexas, sessões de quimioterapia e momentos de vulnerabilidade.
Em dezembro de 2023, chegou a anunciar o fim do tratamento, mas em agosto de 2024 a doença retornou com metástases. A cantora buscou alternativas nos Estados Unidos, onde passou por um protocolo experimental, mas não resistiu às complicações.
Preta Gil deixa um filho, Francisco Gil, músico integrante do grupo Gilsons, e uma neta, Sol de Maria.
Mais do que uma artista, ela foi uma força transformadora na cultura brasileira e deixa um profundo legado de luta, coragem e fé.
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