‘Faça Ela Voltar’ é um mergulho visceral nos limites do luto
Filme dos diretores de ‘Fale Comigo’ provoca reações intensas e traz à tona a dor da perda
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Produzido pela Ri7a - a Inteligência Artificial do R7

“Às vezes, a morte é melhor”. O slogan de Cemitério Maldito, clássico baseado na obra de Stephen King, encaixa muito bem em Faça Ela Voltar, que chegou aos cinemas brasileiros na última quinta-feira (21).
Os dois filmes mostram que uma tragédia insuportável, a morte repentina de uma criança, pode transformar o luto em uma espiral de loucura que consome, e destrói, todos ao redor.
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Em Faça Ela Voltar, Piper (Sora Wong), uma pré-adolescente com baixa visão, e o meio-irmão mais velho Andy (Billy Barratt) vão morar provisoriamente com a conselheira pedagógica Laura (Sally Hawkins) após a morte do pai.
Laura também vive o seu luto, já que recentemente perdeu a filha, Cathy (Mischa Heywood), em um acidente doméstico. Enquanto recebe os novos integrantes da família, ela também cuida de Ollie (Jonah Wren Phillips), um garotinho traumatizado que não fala e pouco interage com as outras pessoas.
Os diretores, os irmãos australianos Danny Philippou e Michael Philippou, são hábeis em construir um clima crescente de tensão. A sensação de que alguma coisa está errada com aquela família é apenas o primeiro incômodo que eles plantam no espectador.
Aos poucos, os elementos mais visíveis do horror (a casa isolada, as atitudes violentas, a desintegração das relações e as verdadeiras intenções dos personagens) vão se encaixando.
Mas nada prepara o público para as cenas extremamente gráficas e violentas que estão por vir. É preciso ter um estômago forte para não desviar o olhar da tela.

Faça Ela Voltar é o primeiro trabalho dos irmãos Philippou depois do imenso sucesso com o excelente Fale Comigo. E, assim como no longa de estreia, o filme não perde muito tempo com explicações sobre como os elementos sobrenaturais funcionam. O que às vezes acaba sendo ruim, já que em certos pontos a história fica um pouco confusa demais.
Falta também a Faça Ela Voltar um pouco mais de coragem para debater o abuso infantil. O tema aparece com certa importância no pano de fundo, mas nunca é devidamente explorado.
Por outro lado, o excelente trabalho do elenco dá uma liga interessante à história. Sally Hawkins, com uma mistura de loucura e fragilidade, está incrível como a mãe que não superou a morte da filha.
Mas o brilho mesmo fica com o elenco infantil. Sara Wong, que assim com a sua personagem também tem baixa visão, parece bem confortável em seu papel de estreia. E Jonah Wren Phillips entrega uma performance assustadora nas cenas mais impactantes do filme.
Esse poder todo, entretanto, acaba se dissipando no final, que parece ser apressado e com uma solução fácil. Não tem a catarse que parte do público espera, mas é triste e bonito. Como muita gente vive o luto.
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