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Essa eh do Rock

Conheça mais sobre a história de Ozzy Osbourne e o grande ‘Big Bang do Heavy Metal’

Mais do que uma lenda, Ozzy foi um operário sedento por música e um desejo incontrolável de ter uma banda

Essa eh do Rock|Antonio De PauloOpens in new window

Back to the Beginning — The Final Show, ou De volta para o Começo — O último show. O nome do conserto ocorrido há 17 dias no Estádio do Aston Villa, seu time do coração, na cidade de Birmingham. Onde tudo começou. Divulgação/Instagram/@OzzyOsbourne

Dezessete dias após sua despedida dos palcos, na apresentação lendária Back to the Beginning, realizada no Villa Park (estádio de futebol em Aston, Birmingham, Inglaterra), morreu aos 76 anos, nesta terça-feira (22), o Pai do Heavy Metal, um dos maiores astros do rock de todos os tempos, Ozzy Osbourne.

Não foi esse o primeiro emprego que encontrou nas “páginas amarelas” do jornal Birmingham Evening Mail, em 1964, quando John Michael Osbourne foi trabalhar na fábrica de carros British Motor Corporation.

Foram dois anos naquele emprego monótono, assim como em um matadouro em Aston, ao norte de Birmingham, onde atuou como açougueiro. A lenda, o Deus do Heavy Metal, sempre foi um homem trabalhador.

Por onde passou, teve muitos nomes. Ozzy, na escola. Osbourne, pelos patrões. Até John, o ladrão, quando se envolveu em pequenos furtos durante a adolescência, que o levaram a passar seis semanas na Winson Green Prison.


Ozzy também é chamado de The Madman, ou melhor, o Louco Devorador de Morcego. Mas isso ele não conquistou pelos classificados. Ganhou por um sonho absurdo de viver de música e de um desejo incontrolável de ter uma banda, conforme relata em sua autobiografia I Am Ozzy (2009).

O Big Bang do Heavy Metal

Ozzy Osbourne deixou tudo planejado para o próprio funeral Reprodução/Instagram/@ozzyosbourne

Acho que há muitas formas de compreender Ozzy Osbourne. Você pode retratá-lo por sua estética e comportamento excêntrico ou pela musicalidade, reforçada pelos álbuns solo Blizzard of Ozz (1980) e Diary of a Madman (1981) e pela série de televisão The Osbournes (2002).


Quero retratá-lo aqui como algo mais. Como sua sede por banda e necessidade de música reverberaram, causando o grande Big Bang do Heavy Metal e mudando para sempre a música como a conhecemos.

A expressão "Big Bang do Heavy Metal" é usada em documentários, livros e artigos sobre a história do gênero, como The Story of Heavy Metal (VH1) e Metal: A Headbanger’s Journey (2005), onde o Black Sabbath é destacado como o ponto de partida.


O termo é uma metáfora usada por jornalistas, fãs e historiadores da música para descrever o impacto do Black Sabbath, especialmente seus primeiros álbuns, referindo-se, principalmente, ao surgimento da banda em 1970, com Black Sabbath e Paranoid, que estabeleceram as bases do gênero, com Ozzy Osbourne como figura central.

O heavy metal como gênero musical começou a se formar no final dos anos 1960, evoluindo do rock psicodélico, blues rock e hard rock de bandas como Led Zeppelin, Deep Purple e Blue Cheer. No entanto, o Black Sabbath é amplamente creditado por definir as características centrais do heavy metal: riffs pesados, som sombrio, letras que exploram temas como guerra, morte e alienação, e uma estética mais agressiva.

O álbum de estreia do Black Sabbath, intitulado Black Sabbath, é frequentemente apontado como o "Big Bang" do heavy metal. Ele apresentou um som inovador, com riffs graves de Tony Iommi, letras sombrias e a voz única de Ozzy Osbourne, que transmitia uma mistura de angústia e teatralidade.

O segundo álbum, Paranoid, consolidou essa sonoridade com hits como “Paranoid”, “Iron Man” e “War Pigs”, que definiram os padrões do heavy metal.

Vale ressaltar o contexto social de Birmingham, uma cidade industrial marcada por dificuldades econômicas, onde o Black Sabbath canalizou a frustração e a alienação da classe trabalhadora, dando ao heavy metal uma voz para os desajustados, como Ozzy perfeitamente contextualiza em sua autobiografia.

O som do Black Sabbath inspirou inúmeras bandas de metal pelo mundo, como Metallica, Iron Maiden, Judas Priest e Slayer, que citam a banda como uma influência primordial.

Ozzy Osbourne, a lenda do Heavy Metal Reprodução/Instagram/@ozzyorbourne

“Lemmy e Ozzy eram irmãos de armas que viveram muitas aventuras juntos, e a perda dele é devastadora. Descanse em paz, Ozzy, sempre o amaremos e celebraremos”, manifestou-se a página oficial da banda Motörhead.

“Me levou para um universo sombrio. Obrigado pela música, Ozzy”, disse Mike McCready, guitarrista e membro fundador do Pearl Jam.

“Garantiu seu lugar no panteão dos deuses do rock — uma verdadeira lenda”, afirmou Elton John.

“É impossível colocar em palavras o que Ozzy Osbourne significou para o Metallica. Herói, ícone, pioneiro, inspiração, mentor e, acima de tudo, amigo são apenas alguns dos termos que vêm à mente. Ozzy e Sharon acreditaram em nós e transformaram nossas vidas e carreiras. Ele nos ensinou como jogar nas grandes ligas, sendo ao mesmo tempo, caloroso, acolhedor, envolvente e absolutamente brilhante”, postou o Metallica em sua rede social.

E agora?

Após 76 anos, este é o primeiro dia sem Ozzy Osbourne.

Cada vez mais, nos afundamos em um mundo nostálgico onde o acervo musical está mais rico que as novas produções.

As novas produções, cansadas de fracassar ao repetir formatos, emulam sons do passado, prendendo o rock em um looping temporal.

Enquanto isso, mais bandas cover surgem. Mais lojas de discos e casas de shows fecham. Festivais de rock se tornam menos rock, menos heavy metal, menos Ozzy Osbourne.

Para piorar, nesta crise de identidade criativa, surge a inteligência artificial, trazendo um produto musical de altíssima qualidade, simulando, “à beira da perfeição”, o som de artistas que já morreram.

Já pensou se o Nirvana estivesse na ativa até hoje? Suno AI, AIVA, Soundraw, Boomy, Moises, LANDR Composer, Amadeus Code, Magenta do Google, entre outros, já. The Velvet Sundown que o diga.

Não quero ser apocalíptico aqui. A vida é cíclica. Logo, esse ostracismo criativo no rock passará. Tomara que passe logo.

Nota de Serviço: Eu sou Ozzy

Título original: I Am Ozzy

Autor: Ozzy Osbourne, com Chris Ayres

Editora: Benvirá (edição brasileira)

Ano de publicação: 2010 (edição original); 2011 (edição brasileira)

Número de páginas: 416

Gênero: Autobiografia

ISBN: 978-85-63229-01-4 (edição brasileira)

Idioma: Português (traduzido do inglês)

Tradutor: Alexandre Callari

Preço: R$ 117,42 (Pesquisa feita na Livraria Leitura em Belo Horizonte na data da publicação desta matéria)

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Os textos aqui publicados não refletem necessariamente a opinião do Grupo Record.

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