Logo R7.com
Logo do PlayPlus
Essa eh do Rock

De volta aos anos 80: Velha guarda invade a esplanada do Mineirão no Dia do Rock

Mais de 20 mil pessoas tomaram a área externa do estádio em festival, repleto de dinossauros do rock nacional

Essa eh do Rock|Antonio De PauloOpens in new window

Guitarrista toca em festival na esplanada do Mineirão no dia do Rock Antonio De Paulo

A velha guarda invadiu a Esplanada do Mineirão no Prime Rock Brasil, o maior festival do gênero no Estado, que aconteceu especialmente neste sábado (13), no dia mundial do rock. Mais de 20.000 pessoas estiveram na Esplanada, nas quase 10 horas de música em celebração ao rock dos anos 80.

Para o organizador do festival, Léo Ziller, apesar de ser um festival itinerante, o Prime Rock Brasil acaba ganhando protagonismo na cena de festivais em Belo Horizonte. Segundo a produção dele, ao todo vieram pessoas de mais de 700 cidades diferentes, com ingressos esgotados para o evento.

Sobre o fato do festival ter apenas bandas dos anos 80 (da primeira grande onda do rock nacional) Ziller afirma que “homenagear as grandes bandas clássicas desta época sempre foi a razão do festival existir, desde sua primeira vez em 2018″. Essa foi a quarta edição do festival em Belo Horizonte.

O blog Essa Eh do Rock esteve presente no festival e viu os shows do Ira! e do Humberto Gessinger, do Engenheiros do Hawaii.


Ira!

Em quase com um transe, milhares de pessoas se amontoavam na grade de proteção cantando, em plenos pulmões, os grandes hits do Ira!, icônica banda paulista de Nasi e Edgar Scandurra, com mais de 40 anos de carreira.


Como todas as bandas do festival, o Ira! também faz parte, presente na cena de Minas, intensificado principalmente como festivais como esse, como antigamente era o Pop Rock Brasil.

“O primeiro show do Ira! em Minas foi em 1985, junto com a banda Sexo Explícito, e um Teatro de Belo Horizonte perto do Parque Municipal. O Samuel Rosa nos contou que estava neste show. Hoje temos duas músicas de parceria com ele. Desde o começo o Ira! esteve em Minas Gerais, é um dos Estados onde mais tocamos. Nossa relação com esse público é especial” disse Nasi.


Nasi e Edgar Scandurra concordam que a cena mineira, tanto por parte do público quanto dos músicos, é algo especial na carreira do Ira!, tanto pelas amizades, parcerias musicais e shows pelo Estado.

“Sou amigo do Andreas, do Sepultura. Já tivemos honra de tocarmos com o Lo Borges, do Clube da Esquina. Hoje, temos músicas com Fernanda Takai e Samuel rosa” disse Nasi para o blog Essa Eh Do Rock.

“Minas é de uma cena musical rica, com o público composto de muita riqueza musical. Por aqui, encontramos excelentes baixistas e bateristas, e compositores. Destaco a cena com o clube da esquina, como uma das mais importantes da Música Popular Brasileira” completou Edgar Scandurra.

A paixão entre público e banda é tão intensa que independe, por exemplo, qualquer “dessintonia” (erro) ocorrida no palco vira performance. O público não liga.

Ira! é a performance própria de Marcos Valadão Ridolfi, o Nasi, lenda viva da rica cena paulista roqueira dos anos 80, o mesmo badboy da Escola Estadual Brasílio Machado, na Vila Mariana, em São Paulo (SP), hoje aos 62 anos e com o peso da experiência de um rock brasileiro nas costas. Tudo isso guiado pela trilha sonora de Edgar Scandurra. Que guitarrista fantástico. Essa é soma que faz deste som irado.

“Ira! é atemporal. Ele já foi moda. Hoje é foda!” define Nasi.

Humberto Gessinger

Já Engenheiros do Hawaii (para mim é impossível chamá-lo só de Humberto Gessinger) é outra coisa. Humberto é uma pessoa, Engenheiros do Hawaii é filosofia, ideologia, quase uma religião.

Logo, é perceptível ver a mudança do público a grade. E o grau de imersão, na voz de cada um, em cada canção. Por isso, desde sempre, Engenheiros do Hawaii foi feito para agradar o público, não a crítica.

Vestido de branco, Humberto no palco segue como papel claro de tutor, ensinando ao público uma nova lição, toda vez que é tocada uma nova canção.

Fanatismo à parte, agora falando sobre a música: é onde está a diferença. Aos 60 anos de idade, Humberto ainda goza de perfeita simetria sonora com o restante da banda, tornando o seu som (para quem gosta de Engenheiros) um espetáculo.

Engenheiros é mágico, se envolver e se entregar a nostalgia de seu trabalho, sem procurar fórmulas repetidas, é o que faz da carreira solo de Humberto ainda o Engenheiros do Hawaii.

Um show que, quase aos 40 anos, ainda vale a pena de se ver. Já que cada cena de corte, seja uma foto, um vídeo, uma lembrança, vira um quadro emoldurado capaz de refletir seus sentimentos como um espelho. Essa é a arte na obra de um grande engenheiro.

Os textos aqui publicados não refletem necessariamente a opinião do Grupo Record.

Últimas


Utilizamos cookies e tecnologia para aprimorar sua experiência de navegação de acordo com oAviso de Privacidade.